quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

TANTA LUZ





Junto ao portão
os cães ladravam
aos outros cães

havia um portão
de faúlhas
e a noite acordava
com pássaros claros

e agora?

neste restolho de latidos
e gestos inacabados
que hei-de fazer
a tanta luz?

que hei-de fazer
quando te deitas
nas escadas do templo
a tecer fios de música

e os cães não se calam?


Eufrázio Filipe
Editora Lua de Marfim


25 comentários:

LuísM Castanheira disse...

um belo poema, amigo
apetece-me dizer:

nem a taramela
me salva a porta
e a cancela
mas não me pisem a horta
nem me mordam a canela


eu vejo-vos da janela...

abraço

mariam [Maria Martins] disse...

Maravilha(da) ! Belo ♡ Sempre

Graça Alves disse...

Lindo demais!
Parabéns!
Bj

Laura Ferreira disse...

gosto muito

Elvira Carvalho disse...

Gostava de ter engenho e arte para comentar este poema com algo mais do que um muito bonito, que eu sei não diz nada.
Mas poesia é tão difícil de comentar para mim, que muitas vezes entro, leio e saio sem deixar rasto.
Sempre pensei, que poesia sente-se, não se comenta. Este poema é puro sentimento.
Abraço

Lilá(s) disse...

Poema a pulsar no coração do poeta!
Bjs

Olivia disse...

Só aproveitar essa luz toda. Gostei do poema.

Graça Sampaio disse...

O que mais há, Mar Arável, é cães a ladrarem a outros cães... Muito bem posto!

Beijinhos luminosos.

jrd disse...

Como queres que os cães se calem, se o poema é luz e som?
Abraço meu irmão poeta.

vida entre margens disse...

Há poemas que nos entram no peito, como um soco...
Este e um deles!
A luz, a música, o latir dos cães, soam a verdadeira Poesia...

Muito belo Poeta, abraço...

manuela barroso disse...


Com tanta luz, que mais senão tecer fios de luz?
Os cães ladram. Os outros cães entendem a mensagem...
Beijinho E.F.

Teresa Almeida disse...

Junto ao portão
os cães ladravam
aos outros cães

havia um portão
de faúlhas
e a noite acordava
com pássaros claros

e agora?

neste restolho de latidos
e gestos inacabados
que hei-de fazer
a tanta luz?

que hei-de fazer
quando te deitas
nas escadas do templo
a tecer fios de música

e os cães não se calam?

Na matilha há cães e cães. E não se sabe bem donde vem a afinação.

Marta Vinhais disse...

Agora? Viver....
Nada há mais a fazer....
Beijos e abraços
Marta

Silenciosamente ouvindo... disse...

É bom haver muita luz e que os cães
não se calem.
Abraço amigo.
Irene Alves

Agostinho disse...

Cantei-o com ardor, o poema,
incendiou(-me) a noite.

Na pauta dos degraus
cada cão tem uma lua
em sinfonia latida

Abraço.

Odete Ferreira disse...

Apesar da luz, haverá sempre cães que ladram. Provavelmente porque só gostem do escuro.
Mania minha, tentar decifrar o poeta!
BJ, amigo 😊

Cidália Ferreira disse...

Bonito poema! Voltarei. Vou linkar ao meu

Beijos
Bom fim de semana.

Fê blue bird disse...

Há quem esteja às escuras e os cães também não se calam .
Que haja sempre luz por aí !

Um beijinho

Pata Negra disse...

nem os cães te calam os versos!

bons versos te tenham e um abraço

luisa disse...

Os cães podem ladrar mas que importa isso se há pássaros claros para nos conduzir para a luz. Aproveitemos a luz.

Teresa Durães disse...

Ouvitei os cães e saberei que tudo está bem

Graça Pires disse...

Tanta luz a incendiar as palavras do Poeta!
Cães a ladrarem a outros cães é o que mais há por aí...
Um belo poema, meu Amigo.
Uma boa semana.
Beijos.

By Me disse...

Tanta luz, sim , cores intensas e quentes!

Chinezzinha disse...

Belo poema. Fiquei encantada.
Beijo
:)

Emília Pinto disse...

E os cães ladram e fazem eles muito bem. Temos muito a aprender com os nossos fieis amigos e não só com estes, Mesmo aqueles chamados animais da selva, os ferozes, ensinam-nos muito. Só nos foi dado o dom de falar, mas nem esse sabemos usar convenientemente; cobardemente calamos, resignados aceitamos , enquanto " cães malditos" ameaçam morder-nos. Beijinhos, amigo e ...tem muito cuidado com aqueles " cães que não ladram", mas mordem.
Emilia