domingo, 14 de agosto de 2016

DESVENTOS






No espelho das águas
sacudi amarras
a preguiça das marés 

Não chovia
em redor dos teus olhos 

mas quando te recolhi
numa folha de papel
incomensurável e linda
uma brisa
sentou-se na cadeira vazia

e nós começámos
a lavrar areias

a desbravar um poema 

Estava tão aceso o mar
que nem pareciam azuis 
os teus olhos

Eufrázio Filipe
(poema reconstruído)


17 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Lindíssimo este poema.
Um abraço e uma boa semana

Marta Vinhais disse...

Desbravar poemas na brisa e no mar... Poemas escritos nas memórias das marés...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta

Graça Pires disse...

Um poema desbravado assim é como um itinerário musical à volta de um olhar...
Magnífico, meu amigo!
Um beijo.

Odete Ferreira disse...

Maravilhosa a imagética linguística que se solta do poema!
:) :)

Tais Luso de Carvalho disse...

Belo poema! Gostei das metáforas...gostei do ritmo.
Parabéns pela linda construção.
Um abraço daqui do sul do Brasil!
Uma linda semana.

Janita disse...

Fabulosa a escolha do desenho para ilustrar tão belo poema.
Quando o mar se acende no coração de quem ama, tudo muda de cor e se transforma!
Gostei muito deste desbravar de palavras poéticas, Amigo Poeta!

Um beijinho!

Rogério G.V. Pereira disse...

"a lavrar areias"

eis uma tarefa urgente,
meu caro Poeta
plantador de metáforas

vieira calado disse...

Olá, boa noite!
Passei para lhe desejar um excelente período de férias!
Saudações poéticas!

mz disse...

O mar tem este poder de acender as emoções,
mas não é para todos,
fazer poemas.

Bandys disse...

Um poema intenso e belo.
Bj

Ailime disse...

Sem rodeios, um magnífico e intenso poema de amor.
Bjs
Ailime

Manuel Veiga disse...

não há dúvida que a "poesia é para comer..."
façamos dela um banquete!

grande poema!

forte abraço

Graça Alves disse...

Que dizer deste poema?
Tão bonito :)))
beijinhos

manuela baptista disse...

mareados de luz talvez, os olhos


um abraço

Maria Eu disse...

E assim se revelou, bela e nua!

Beijos, MA :)

Ana Tapadas disse...

Acredito que ande a «lavrar areias». Beijinho

Agostinho disse...

Muito bem desenhada, até quando se chega ao fulgor das chamas que animam o mar, na amnésia das cores.
Abraço.