Nesta aldeia de mares imperecíveis e sábios tristes íntegro um pássaro do alto entendeu por bem atiçar o fulgor dos timbres regressar ao cais soltar os barcos e partir nas cordas vocais de uma guitarra
Não sei quem és mas pelos gestos vieste por bem rasgar o vento com as mãos a neve dos meus cabelos e eu cansado de florestas apócrifas das palavras em bando comecei a plantar árvores vi os pássaros regressarem em acordes a luz das noites que não dormem
na partilha de horizontes o amor é revolucionário voa nos mastros mais altos garatuja búzios de sons intervém por causas muito para lá das utopias e se levanta resiste ao pôr do sol mesmo que os barcos entristecidos estilhacem nos espelhos da água algumas pedras com vida por dentro
registo por um instante o ar que nos move pinto com a boca uma flor vermelha nas paredes do cais