quinta-feira, 6 de março de 2014

TRANSUMANTE







Passo a passo com os cães
já fui à fala
até ao muro
decifrar garatujas

Ali fiquei
sentado numa pedra
na liturgia da luz
a confluir relâmpagos

Transumante
atravessei por um fio
rotas tresmalhadas

mas hoje
não sei porquê

apeteceu-me morrer
por um instante
nos teus braços


 

31 comentários:

Sónia M. disse...

Há mortes que duram instantes
que os relógios não marcam.

Beijos

Maria Eu disse...

E não há nada melhor do que morrer nuns braços amantes!

Beijinhos Marianos, MA! :)

Rogério G.V. Pereira disse...

Ninguém morre assim
num momento de um apetecer
mas há momentos
em que nos apetece morrer

e eu entendo esse

Elvira Carvalho disse...

E haverá alguma coisa melhor que deixar-se "morrer" nos braços de quem se ama?
Um abraço e bom fim de semana

Maria do Sol disse...

A vida é uma garatuja.

Lilá(s) disse...

Morrer nos braços de quem se ama é uma morte desejada não? mesmo que por instantes...
Bjs

jrd disse...

"Morre" muitas vezes e regressa sempre com um poema assim.

Abraço Poeta

Janita disse...

De tudo o que aqui foi escrito
aquilo que mais gostei
foi o que no fim foi dito...

Bom fim de semana.

Beijo.

Laura Santos disse...

E são essas as mortes apetecidas porque nos dão vida.
xx

Patrícia Pinna disse...

Boa noite. Cheguei até aqui através do blog da amiga Célia Lima. Fiquei encantada com as poesias, parabéns!
Já faço parte desta família e voltarei mais vezes para comentar cada escrito lindo e intenso.
Tudo de bom!
Tenha um fim de semana de paz!
Beijos na alma!

Sônia Brandão disse...

Essa seria uma doce morte.

abs

Anna disse...

Morte onde se renasce... Afinal, a imortalidade do amor.

Bom fds, Eufrázio.

Beijo :)

Maria João Brito de Sousa disse...

Há mortes assim, belíssimas...


Abraço!

Suzete Brainer disse...

A vida é misteriosa e bela,

um morrer a cada instante

bem vivido...

E o poeta sempre a espelha

muito bem,com encanto!

Bj.

Manuel Veiga disse...

transumância dos corpos tresmalhados - na liturgia dos (a)braços.

Abraço fraterno, meu caro Eufrázio.

manuela baptista disse...

tresmalhar

para regressar a outras malhas

Justine disse...

De vez em quando é necessário descansar...

Teresa Almeida disse...

Depois da liturgia da palavra ficamos,naturalmente, preparados para uma morte santa e boa, como a que acabas de descrever!

anamar disse...

Só mesmo por um instante...

Abracinho

Ana Tapadas disse...

A morte da razão interrompida (paixão) deixou hoje, aqui, um belo poema.

Bjs

Anónimo disse...

As vezes é preciso deixar as rotas tresmalhadas e as garatujas por um instante para morrer nos braços de alguém...É lindo.

Beijinho.

vida entre margens disse...

...e, todavia,
há quem se mate
para não morrer...

Belo demais , como sempre!

Deixo abraços!

Teresa Durães disse...

morre-se nos braços adiando a loucura dos dias

ana disse...

Há dias assim...
Beijinho.

A. disse...

Há um certo mistério nas rotas tresmalhadas e talvez seja nelas que o movimento acontece... sem data nem fios conduzidos!...
Morrer por um instante, não faz mal a ninguém... por um instante e por algo em que se acredite Amar!... A liberdade, por exemplo, não é exactamente um trilho de carneiros à procura do melhor pasto!...


Abraço!...

Armando Sena disse...

Tempos de borrasca pedem calmos portos de abrigo.

Graça Pires disse...

"Morrer por um instante" nos braços de alguém é realmente a "liturgia da luz". Belas palavras. Bela imagem.
Beijo.

Ailime disse...

Belíssimo poema! Por "um instante" a doçura de morrer por amor. Bj. Ailime

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

morrer por instante e dessa maneira, até nem faz mal...

:)

Rita Freitas disse...

Tem dias assim, que apetece morrer assim :)

bjs

Olinda Melo disse...


Uma transumância digna de descanso merecido, no carinho e elevação da alma.

Abraço.