terça-feira, 27 de novembro de 2012

NO ESPELHO DA ÁGUA





Enlouquecidos
os cães uivavam
quando te debruçavas em arco
só para ver os barcos soltos
na volta da pedra

Silvestre
à hora do vento
no ramo mais alto
da minha árvore preferida
incantatória
vinhas à janela
só para ver

e eu lá estava
no espelho da água
a colher-te

Ainda hoje de tão perto
não sei quem és
mas sei que existes

e te desfolhas




 

30 comentários:

Anónimo disse...

A grande ausente desta poesia Excelente(eu).

Regresso ao lugar em que fui impelida.

Saudades.


Sónia M. disse...

...e é tudo quanto basta...

Muito belo!
Beijo
Sónia

Mel de Carvalho disse...

madrugar com a leitura de um poema, assim, belo e simples, simples e belo, faz-nos acreditar que é, inequivocamente, na simplicidade das coisas que reside o que de melhor a vida nos oferece.

bem haja, Eufrázio
abraço daqui

Mel

Anónimo disse...

Simplesmente lindo!

Um beijo.

trepadeira disse...

É um encanto não saber quem é e,devagar,lenta e carinhosamente,tentar descobrir.

Um abraço,
mário

jrd disse...

Quando a fragilidade da sombra,
reflecte na água,
a silhueta que se desfolha.

Belíssimo!

Abraço

Justine disse...

O prazer da descoberta - a beleza da poesia!

BL disse...

As palavras e as tintas,
a conjugarem-se numa tela,
bela e melodiosa,
onde o silêncio se impõe,
para não perturbar.

Tão bonito este poema!

Continuação de boa semana :)

Rita Freitas disse...

Tanta beleza que um espelho da água pode revelar :)

Lídia Borges disse...


O que pode colher-se num espelho de água, senão poemas translúcidos, verbos encantados?

Um beijo

Teresa disse...

Bela a poesia que se desfolha assim, em pétalas, afagos...

Maria Azenha disse...

Gosto muito.

bj.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

o espelho de água pode esconder ou pode simplesmente acontecer ... poesia.

:)

Manuel Veiga disse...

Belo como nenúfar em águas cristalinas. dançando ao som da brisa...

abraço, meu caro Poeta.

Sônia Brandão disse...

Sei que existes, e isso basta.

abs

ana disse...

Os espelhos são sempre enigmáticos e a sua magia encanta, quer a imagem seja o que se goste de ver ou não.
É óbvio que esta é uma bela aparição.
Abraço!

Fernando Santos (Chana) disse...

Excelente fotografia e poesia....
Cumprientos

Olinda Melo disse...


Mar Arável

Este é um dos seus mais lindos poemas. Cheio de metáforas, que nos deixam uma saudade de tempos idos, de tempos de encantamento, em que as coisas falavam por si.

Abraço

Olinda

Sopro Vida Sem Margens disse...

...força imensa
tão branca e desfolhada!

beijo da Assiria

JANE GATTI disse...

Muito belo o poema. Gostei também do jogo das palavras/ideias que você nos proporciona. Destaco a estrofe "e eu lá estava/no espelho da água/a colher-te" A colher-te, a acolher-te lá estava o poeta!
Abraços.

Canto da Boca disse...

O que diria Narciso desse poema-espelho? Certamente ficaria encantado com a poesia que se vive aqui...

Maria Luisa Adães disse...

E nunca a tentou encontrar?

Procura e ser-te-à dado!

Maria luísa

Silenciosamente ouvindo... disse...

Gostava de ser essa folha que
desliza pela água e ir ao
encontro do teu sítio imaginário.
Bj.
Irene Alves

Anna disse...

Às vezes vale-nos isso, na vida. A certeza das coisas, mesmo as invisíveis...

Deixo um beijo, Eufrázio.

lis disse...

Espelho-d'água sempre inspirando ar solene e alguma reflexão ,
versos 'enlouquecidos' num desfolhar de coisas vãs, perdida em brumas da imaginação,
belíssimo
abraço

Ana disse...

Gosto deste desfolhar
de poesia .

Secreta disse...

"não sei quem és
mas sei que existes"
E faz-se luz, nos dias cinzentos.


Laura Ferreira disse...

Gosto, muito, de tudo o que se reflete na água.
Até as palavras.

R. disse...

A habitual combinação perfeita de palavras e imagens que se transmutam entre si, numa metamorfose sempre surpreendente e de possibilidades múltiplas.

marlene edir severino disse...

Solta
folha

Não mais

Abraço, Poeta!