quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

ANDARILHOS







Lá fora as árvores tirintam
no coração dos pássaros

Tudo parece gelo
até o ladrar dos cães

mas quando afagamos uma pedra
abrimos a porta

o sol entra pé ante pé
e nós cantamos
baixinho
para não acordar o silêncio
nas paredes da casa

Andarilhos pela vida inteira
percorremos rotas indecifráveis
traços de luz
neste chão
que nos faz andar
e atear fogueiras





33 comentários:

Maria disse...

Andarilhos somos
tantos
e andarilhos seremos
até ao fim.

Beijos.

Anna disse...

Belíssimo! :)

OceanoAzul.Sonhos disse...

apesar de andarilhos, que o sol toque corações...

Gostei muito
abraço
cvb

www.amsk.org.br disse...

Nais tukê,

bj

Vítor Fernandes disse...

De andarilhos a ateadores de fogueiras. Não fosse estragar o que de tão belo escreveu, diria que dá jeito em noites destas.

Canto da Boca disse...

(desde o tempo em que anotávamos a nossa história nas paredes das cavernas e fazíamos o fogo, friccionando o sílex)


Beijo!

Lídia Borges disse...

Um misto de guerra e paz. Como um coração de asa ferida...

Um beijo

Isa GT disse...

Somos mesmo andarilhos...

e, pelos vistos... piegas ;)

Bjos

Mel de Carvalho disse...

Eufrázio, andarilhos seremos, com a certeza de que, na guerra e na paz, se sublimam os homens de boa vontade.

A sua poesia é belíssima, bem sabe. E eu não tenho como dizer-lhe do quanto de belo leio neste poema.

Bem-haja
Abraço saudoso e amigo
Mel

Isabel disse...

Andarilhos, talvez só até encontrarmos o que procuramos.
Às vezes encontra-se.
E encontramos a paz.

Um abraço

Flor de Jasmim disse...

Um sentimento sofrido fala deste andarilho.

Beijinho e uma flor

marlene edir severino disse...

Vida: imprecisos passos
mas necessário caminhar
e usufruir
o calor das fogueiras

Abraço, Mar!

BlueShell disse...

Deixemos o silêncio dormir...

Bj

Secreta disse...

Atear fogueiras de sentires com acendalhas de esperança... é disso que precisamos...

mfc disse...

Gosto desta esperança do caminhar... enquanto nos é permitido!

ana disse...

Muito bonita esta forma de nos aquecer por dentro.
Bj.

jrd disse...

Andarilhos sim! Ninguém nos há-de parar.

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Como sempre poeta adoro ler as entrelinhas das palavras.

Beijinho
Sonhadora

lino disse...

Andarilhemos, então!
Abraço

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Se ao afagar uma pedra se abrisse uma porta ...
juro que o faria.

Beijo Eufrázio.

Sensualidades disse...

lindo

Bjinhos
Paula

Sara disse...

Evoca um "andarilhar" generativo, que é de valorizar. Resistamos, então, às agruras destas estradas.
Bom fim de semana.

Anónimo disse...

Andarilhos sempre em busca de alguma coisa.

Bom fim de semana.

Aníbal Duarte Raposo disse...

Muito bom.
Abraço

Daniel C.da Silva disse...

"quando afagamos uma pedra
abrimos a porta

o sol entra pé ante pé
e nós cantamos
baixinho
para não acordar o silêncio
nas paredes da casa"

Gostei muito.

:)

Justine disse...

Quasquer que sejam as estradas, o nosso destino é andarilhar!
Ontem foi mais um dia de andarilhos a abrir rotas futuras!

Irene Alves disse...

É sempre de uma excelente qualidade
a poesia aqui inserida.Outra coisa
não seria de esperar.
Bj./Irene

manuela baptista disse...

uma pedra da sorte

porque afagada

as fogueiras do seu poema trocam o coração dos pássaros-árvore
e caminhamos

um abraço

manuela

Branca disse...

Caríssimo Eufrázio,

se soubesses das vezes que li este poema, sempre com redobrado espanto e enlevo não acreditarias. Tal como a Mel de Carvalho acho indizível o transmitir quanto de belo encontro nestes versos.

E acredito sim que se abrem portas quando se afagam pedras...

Que a luz nunca nos abandone no atear das fogueiras.

Beijinhos

António Gallobar - Ensaios Poéticos disse...

Para lá dos segundos sentidos, um poema que nos toca.

Muitos parabens e ateemos então as fogueiras

R. disse...

E "El camino se hace al andar".
Gostei particularmente da impressão telúrica que fica do "afagar da pedra".

Um abraço.

Licínia Quitério disse...

Andarilhos de muitos mundos, eis-nos!

Vento disse...

Mar, emprestas-me este poema para o "vento", sim?!

até já.