terça-feira, 24 de maio de 2011

VESTIDA DE NEGRO





Quando precipitada a noite
bateu no chão
os cães dormiam
sonhos profundos

Pelo restolhar
das cerejeiras
só podias ser tu
vestida de negro

a  roubar-me
as cerejas
que te queria oferecer

Não fosse o silêncio
se doer
também eu à noite
iria roubar estrêlas



43 comentários:

luis lourenço disse...

feliz do poeta que arranca parte do brilho das estrelas.

abraço,

Véu de Maya

Sam. disse...

Mágica senhora vestida de preto
cheia de encantamentos
enluarada
mas no escuro de dentro
um nada que dói.


Um beijo!

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

um poema que diria de amor. embora lendo nas suas entrelinhas, é muito mais que isso.

gostei tanto!

uma boa semana!

um beij

Justine disse...

Já nem as estrelas se nos oferecem!

Vítor Fernandes disse...

Que bonito, Eufrázio. Particular a imagem da noite a bater no chão. Um poema de amor escrito por quem é poeta.

hfm disse...

Dos roubos inconfessados que a noite adensa. Belíssimo!

jrd disse...

Irás, quando precipitada a noite bater no céu.

folha seca disse...

Eufrázio
Somos do tempo em que era preciso ir às entrelinhas para perceber o que o poeta nos queria transmitir.
É isso que faço e fico a meditar.

"a roubar-me as cerejas que te queria oferecer"
Abraço

ana disse...

Mar Arável,
A beleza das estrelas.
Bjs. :)
Estou com dificuldades em comentar com o meu username.
ana

lino disse...

Por mim ficava-me por roubar cerejas!
Abraço

Manuel Veiga disse...

é bom saltar o muro. e roubar cerejas. e desfolhar estrelas...

belíssimo.

abraço, meu caro Poeta.

Rogério G.V. Pereira disse...

Poeta
é hora de acordar os cães
Eles ladrarão à noite
rompendo o silêncio
rosnado à dor
Sentindo-se sem protecção
as estrelas brilharão
mais intensamente
Será então
que consentirás
que assim permaneçam, eternamente.

A senhora de negro,
Meu Senhor,
vestir-se-á de outra cor

ana disse...

Mar Arável,
as estrelas são sempre apetecíveis!
:)

LÍDIA disse...

Muito, mas mesmo muito bonito!
Gosto especialmente da última estrofe.

Lídia

mfc disse...

Durante as noites tudo roubaríamos para dar ao nosso amor!

Teresa Durães disse...

porque roubarão o que queremos oferecer? porque não ouvem a nossa voz interior?

Lídia Borges disse...

A coberto da noite são mais brilhantes os rubros odores das cerejas.

L.B.

Mariz disse...

As mais brilhantes tenho certeza...

beijos de boa tarde...Mariz

OutrosEncantos disse...

Mar, tu não sabes, mas..., sorrateira, por entre as sombras da floresta, também não resisti às tuas cerejas, que as tuas cerejas são a preciosa matéria prima do tesouro que é toda a tua poesia e só nas tuas mãos são vida...
beijo.

Pata Negra disse...

"Há sempre uma estrela com o teu nome" - não roubes essa! e mais, quem rouba as cerejas são os pássaros!
Isto sou eu a brincar - obrigado pelos momentos de poesia

São disse...

Que as cerejas te encham sempre os sonhos, Poeta!

Um noite serena te desejo

SAM disse...

Mar,

Belíssima poesia. Há que degustá-la verso por verso. Obrigada.

Beijos com carinho.

mundo azul disse...

______________________________


...gosto da abstração dos seus versos!


Beijos de luz e o meu carinho!

_______________________________

Secreta disse...

O silêncio doi-se... e nós também!

Maria Marluce disse...

O roubo da estrela revela que a viste na água do mar, segurando um pouco de água na mão vistes reluzindo o brilho da estrela, na doce magia imaginaste a ter para ti. Beijos de inspiração.

Graça Pires disse...

Roubar as cerejas e as estrelas. Silenciosamente...
Muito belo!
Um beijo, amigo.

Mª João C.Martins disse...

Entre cerejas e estrelas, o poema a sossegar a noite que, às vezes, também ela se veste de negro.

Um abraço

R. disse...

Podemos, assim, imaginar
que as estrelas eram a oferta que (te) estava reservada.

Um Abraço.

Sergio disse...

Explêndido! A dama feiticeira da noite - mágico! Parabéns!

Sensualidades disse...

lindo como sempre

e ja agora

tou com um desejo de cerejas

Bjinhos
Paula

Virgínia do Carmo disse...

Um roubo sem culpas nem danos e um poema muito belo...

Um abraço, Eufrázio

Sara disse...

Esperemos que o rubro derrube o negro. Belíssimo poema, este.
Um abraço.

Flor de Jasmim disse...

Eufrázio
As estrelas são cintilantes com palavras de ternura muito apatecíveis de ver, tal como das cerejas ter. Adorei.
Beijo

manuela baptista disse...

se as estrelas se deixassem roubar

seriam de luar as cerejas
e negros os sustos, do seus poema

um abraço

manuela

Isa GT disse...

Este ano está mau para as cerejas, não sei se alguém notou mas o tempo estragou-as.
Por isso ela não deve andar às cerejas... cuidado... que deve ser outra coisa ;)

Bjos

Rosario Ferreira Alves disse...

Muita coisa dita por entre cães, cerejas e estrelas...

Beijinho!

Mel de Carvalho disse...

no avesso da noite existe a luz a iluminar cada linha da sua escrita no esplendor dos frutos,

singela, belíssima, sempre!

abraço amigo, extensivo aos camaradas de quatro patas.

Mel

Licínia Quitério disse...

Dos secretos desejos trazidos pela noite. Lindo!

Cristina Fernandes disse...

Silêncios vestidos nas palavras colhidas como cerejas...
Bjs,
Chris

Canto da Boca disse...

À noite, todos os nossos desejos e sonhos, despertam do seu negror...

Belo poema!

Urban Cat disse...

Cerejas doces!

Sônia Brandão disse...

A noite e o silêncio a despertar os desejos.

bjs

OutrosEncantos disse...

shuiuuuu....! invoquei Maio e roubei-te cerejas outra vez...
rs...
os cães fingiam que dormiam...

beijo, Mar.