segunda-feira, 30 de maio de 2011

QUE FIZESTE DAS NOSSAS FLORES?



                                                         Reeditado         
                                                                       

As árvores viajam
na sombra do verde
um sussurro de folhas
e tu foges dos ramos

amanheces tão distante
que nem os meus olhos
descobrem os teus gestos

As árvores viajam
onde acontece a sombra do fruto
no chão
e os pássaros sem amos
deixam que a sombra
se rebente

Meu povo
que fizeste das nossas flores?





37 comentários:

Adriana Antunes Polak disse...

Lindo! Serve para meditar e quem sabe fazermos algo...

Bjos.

Rogério G.V. Pereira disse...

A pergunta não tem sentido
Que pode responder
um povo, assim,
adormecido?

Nilson Barcelli disse...

Já ninguém sabe das flores... a preocupação dominante é mais básica... principalmente nesta fase de campanha eleitoral com a sombra da crise pendurada nas árvores do nosso descontentamento...
Magnífico poema, como sempre.
Abraço.

Isa GT disse...

Sei de alguns que as enfiaram debaixo da carpete... e já há mais em banho-maria para acabar com o resto.

Bjos

Mar Arável disse...

Rogério

Na minha casa
a pergunta faz todo o sentido

talvez por issos cá em casa
todos estão empenhados

no ACORDAI
do nosso Lopes Graça

Rosario Ferreira Alves disse...

É assim...a viagem das árvores. Verdade. Mas talvez [que] seja uma viagem em forma de dança circular e algum amanhecer venha nascer no coração do povo de novo acordado...sem tantas sombras...
Emocionante este poema.

Beijinho

jrd disse...

Se o povo soubesse responder, seria capaz de as reencontrar.

M(im) disse...

As flores até podiam ter murchado, perecido. Húmus para semente renovada da estirpe sacrificada. Pena que não. Secaram e as pétalas e folhas desintegradas são pó, atirado aos olhos do povo....
O poema? Se lhe murchasse a beleza, ainda lhe restava a força da mensagem. Quase demais de uma e de outra em tão poucas linhas.
Beijinho

Mel de Carvalho disse...

Num tempo apressado como o que vivemos, temo que, infelizmente, já se confundam as flores de Abril com quaisquer outras feitas de plástico ou silicone (sei lá, parece que é moda...).
Valha-nos ainda quem não se demita de nos mostrar a genuinidade dos caminhos.

Não nos demitamos, pois, dos ideais.

Um bem-haja, Eufráxio.
Fraterno abraço
Mel

mfc disse...

Já ninguém se lembra das flores, meu Amigo!

ana disse...

Mar Arável,
As flores estão com sede porque se têm esquecido de as regar!


Muito oportuno este post.
Abraço!

Sam. disse...

esmagamos nossas flores com mãos humanas demais...

Evanir disse...

Que poema lindo !!!
aqui estou mais uma vez para deixar meu carinho a você desejo uma linda semana beijos no coração,Evanir..
www.aviagem1.blogspot.com
www.aviagem1.blogspot.com

anamar disse...

Quem as guardou, guardou...
Agora, tapetes de ervas daninhas...

Beijinhos meus

Justine disse...

As flores originais murcharam. Mas das sementes que ficaram na terra não tardarão a nascer novas flores, mais fortes, mais resistentes!

antonio ganhão disse...

Somos a sombra de um sonho de liberdade.

Laura Ferreira disse...

Concordo, o nosso povo está a precisar de muitas flores!

lino disse...

Deixámos que os amos as pisassem todas.
Abraço

Manuel Veiga disse...

não a soube cuidar, não. as flores... as flores.

abraços.

Flor de Jasmim disse...

Eufrázio
O povo tem a memória curta, talvez essa a razão porque não cuidaram das flores, não retiraram as ervas daninhas que andam à sua volta.

Luís Galego disse...

Muitas pessoas talvez se tenham cansado de as regar e permitiram que outros o fizessem por elas…eu por muito céptico que esteja não passarei procuração aninguêm, hei-de ser jardineiro desse quintal. Obrigado pelo poema.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

as flores secaram de sede e desaanimo.

um poema muito actual.

um beij

carlos pereira disse...

Meu caro amigo, POETA Eufrázio;
Excelente poema, num grito de revolta pela desumanização da nossa sociedade.
Parabéns.
Um forte abraço.

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu querido Poeta

Pura e simplesmente deixámos que elas secassem.

Beijinho
Sonhadora

César Ramos disse...

Boas,

Lindo Poema, com algum aperto na garganta.

Nesta hora de mais uma vez regar a democracia com votos nas urnas, que se replantem as flores de Abril!

Por mim, na minha modéstia... faço no 'Alfobre de Letras' um apelo discreto à mudança.

Bora votar!
Abraço a todos
César Ramos

Mª João C.Martins disse...

Enquanto não se vergarem os caules, haverá sempre primavera...

se não acreditar nisto, morro de frio!

Um abraço

Graça Pires disse...

"Meu povo
que fizeste das nossas flores?"
Tão a propósito... E eu pergunto: Por onde anda o povo?
Um beijo, amigo.

Canto da Boca disse...

(o momento de fazer renascer as flores e as cores, se aproxima... desistir nunca, resistir é necessário!)

Fá menor disse...

O verde não deixará morrer a primavera e algumas flores sempre aparecerão com algum perfume...

luis lourenço disse...

tão oportuna a tua pergunta poética? belo, o poema.

abraço,

Véu de Maya

Sara disse...

Sim, é importante perguntar, porque é da resposta a essa e outras perguntas que se poderá construir uma nova ordem.
Um abraço.

mitro disse...

O povo deixou que murchassem, à medida que foi ele mesmo ressequindo...

OutrosEncantos disse...

as flores?!!!..... viajaram com as árvores, há tanto tempo, Mar.

Branca disse...

Tão lindo, tão sentido, tão pertinente...

Posso roubar este ramo de cravos para o jardim dos afectos no "Brancamar"?

Um dia hei-de voltar, quando o meu país voltar a cantar...

Beijos Eufrázio, com a certeza de que aqui estarei sempre presente.

Branca

Urban Cat disse...

As flores não nascem porque o terreno deixou de ser fértil.

Secreta disse...

Deixa-mo-las murchar todas...apodrecer...

Anónimo disse...

Ciclos
que dão que pensar.
Como um poema lúgubre.

Ficaremos em todos os abris, nós!
Abçs ba bettips