segunda-feira, 26 de julho de 2010

SEARAS

Gogh

É o sol que desponta
quando acendo um fósforo
e vejo como se movem as sombras
quando luz
e desfolha a noite
num sopro de lume

É o sol a raiar
que se deita no chão
despido de pétalas
a ouvir pássaros de ninguém
improvisárem hinos na folhagem

É o sol que se ateia silvestre
muito antes de ser dia

mas nem assim troco as tuas flores
por outras bandeiras
nem os teus lábios
por outros jardins

mesmo que o outro sol
adormeça de cansaço

as searas

33 comentários:

lino disse...

Mais um excelente poema.
Abraço

Sara disse...

Boa associação das palavras e do quadro. Enquanto lia o poema, a minha mente era invadida pelos tons dourados do quadro. É a palavra a resgatar memórias...

Há.dias.assim disse...

Sendo eu de origem alentejana, será escusado dizer que adoro o quadro!

hfm disse...

Muito belo, mas que final!

R. disse...

"A sesta". Conheço muito bem esta pintura, ou não fosse Van Gogh o meu pintor dilecto. As palavras que a acompanham fazem jus à sua incandescência.

antonio ganhão disse...

Desfolhar a noite num sopro de lume. Bela imagem.

Nilson Barcelli disse...

Excelente poema, bem ilustrado pela imagem.
Boa semana, abraço.

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu querido Poeta
Fico sempre maravilhada com a profundidade dos seus poemas.

Beijinhos
Sonhadora

ana disse...

É o sol a raiar...
no silêncio tranquilo
das
searas! :)

Rogério G.V. Pereira disse...

Se já não amasse o Alentejo, hoje isso iria acontecer...

Se já não gostasse de Van Gogh, hoje isso iria acontecer...

Mas hoje sempre aconteceu qualquer coisa:
Conheci outro poeta,
que melhor coisa me poderia acontecer?

Abraço
(registei o seu mail, com agrado!)

jrd disse...

Belíssimo!
Searas de vento e sol, vermelhas como lábios.
Abraço

AnaMar (pseudónimo) disse...

as searas que adormecem no regaço dum poeta que não toca as flores e os lábios do seu amor


adorei

abreijos

utopia das palavras disse...

jardins de pão suado
e sol dourado...!

excelente poema!

abraço

margusta disse...

LINDO poema!!!

Sônia Brandão disse...

As belas imagens do poema completando a beleza da tela.

bjs

Marreta disse...

O poema é bonito, pena é já não haverem searas.

Saudações do Marreta.

Mª João C.Martins disse...

E do sol ateado nas searas, antes do raiar do dia, só as sombras, sem hinos nem glória, embalam a tristeza dos pássaros.

Um abraço

mdsol disse...

Gostei muito.

mdsol

Juliana Sphynx disse...

Tudo muito belo!
Ótima semana!
=D

São disse...

Tens a certeza de que o pintor nunca esteve no Alentejo?

O poema é estupendo.

Gostaria de saber a tua opinião acerca da atitude do Papa.

Abraços.

Graça Pires disse...

Escavar no peito um declive de seara para ceifar o pão...
Belíssimo poema.
Um beijo

Manuel Veiga disse...

não se trocam flores por bandeiras.
nem sequer cravos...

excelente, Poeta!

gostei muito

abraços

Anónimo disse...

Poema e a tela... abraçados nas palavras do poeta!

Emoção no meu sentir... como Alentejana.

Bj,
Maria

poetaeusou . . . disse...

*
um belo poema,
bem Goghado
,
searas
são minas de trigo
onde o vento estival
ondula o pão
aloirando as espigas
num mar de restolho !
,
Saudações, deixo,
,
*

Branca disse...

É o amor elevado ao expoente máximo ds natureza.

Beijinhos
Branca

Sensualidades disse...

lindo

Adoro o sol

Beijos
Paula

MAR disse...

Lindo, a mi también me gusto.
Un abrazo par ati.
mar

Sonia Schmorantz disse...

Gostei desta escolha!
Um abraço, ótima semana

Anónimo disse...

Eu, que nasci numa cidade chamada Seara amei essse poema que vai ao coração.
Boa semana.

Virgínia do Carmo disse...

Para cada sol um céu...

Bjos

Anónimo disse...

Searas loiras...
Trigo feito...
Calor ardente...
No silêncio da planície
rasgado pelo canto
da cotovia...
Cenário perfeito
para a criatividade!!!
...
Este lindo poema
para mim
é um hino à fidelidade
Fidelidade
aos princípios
valores e convicções
em qualquer tempo
ainda que
o sol consiga
adormecer
mas nunca vencer
o criador.

princesa

Cristina Fernandes disse...

Searas que vestes com palavras soberbas. Um abraço!
Chris

Hanaé Pais disse...

A sesta...
No campo...