terça-feira, 15 de dezembro de 2009

ATÉ AS ÁGUAS SE FAZEREM AO MAR



A partilhar salivas
ondulámos os lábios
num instante cúmplice
quando o mar inteiro
nos teus olhos
ficou azul

A chuva prometia tempestades
e tu aparecias no cais
flor clandestina
a tactear a luz dos relâmpagos

perguntavas
se traziam sinais de madrugadas
a palavra certa
num ramo de oliveira

Estávamos no tempo dos barcos
vertebrados
que davam à costa
e se demoravam
por amor aos poetas inocentes

Assim ficámos submersos
a resgatar âncoras

até as águas se fazerem ao mar

27 comentários:

Maria disse...

Respirando por guelras, seguramente...
Belíssimo poema de amor e mar. Que é arável. Porque (ainda) por lavrar.

Beijo

hfm disse...

"Resgatando âncoras"...

Paula Raposo disse...

Tão bonito! 'Até as águas de fazerem ao mar'...
Beijos.

myra disse...

lindo poema, e obrigada pelo comentario!

Anónimo disse...

o tempo das palavras é navegável, caro eufrázio. de barco e não só... gostei muito. um beijinho*

Lídia Borges disse...

Maravilhoso!

Realço:

"Estávamos no tempo dos barcos
vertebrados
que davam à costa
e se demoravam
por amor aos poetas inocentes"

Um beijo

jrd disse...

Levanta as tuas palavras-âncoras porque ainda existem muitos barcos para cantar.
Abraço, Poeta!

lino disse...

Nesse tempo até havia barcos vertebrados. Hoje, há tantos homens e mulheres invertebrados!

Unknown disse...

Excelente!

Belíssima poesia a editada por aqui.

Um grande abraço.

Virgínia do Carmo disse...

Assim eu respirasse, submersa e de olhos abertos, como se a água fosse o universo inteiro...

Inundada me confesso...

Beijo de imensa ternura e admiração...

augusto, um entre mil disse...

Um poema que continua para além das palavras, levado pela brisa sobre as águas...

Isabel disse...

até ao fim da inocência....até ao começo das madrugadas. até ao sempre este vir aqui submergir-me de palavras sempre a relampejar.



beijo.



(imf)

anamar disse...

O amor
não tem parança...

Beijos

Manuela Freitas disse...

Olá,
Imagem muito romântica e belissimo poema, onde apetece ficar a navegar!...
Cantar o amor é das coisas mais belas da nossa vida.
Bj,
Manuela

Manuel Veiga disse...

amoráveis. as flores clandestinas. resgatando âncoras!

que os barcos levantem voo!...

Abraço, Poeta!

maré disse...

quando a palavra

acerta no tempo

dos barcos

rebenta uma flor

clandestina

que se espalha no corpo

desencadeia relâmpagos.


___

e é azul o beijo que se faz ao mar

Cristina Fernandes disse...

O azul que suspende as ondas do mar, resgate dos poetas...
obrigado pelas palavras,
Chris

Licínia Quitério disse...

Belo poema. E as águas se farão mar e os barcos navegarão na voz do poeta.

Um beijo.

Entre "linhas" disse...

"A Melhor mensagem de Natal é aquela que sai em silêncio
de nossos corações e aquece com ternura os corações daqueles que nos acompanham em nossa caminhada pela vida"
Laur@´s Poesias

Graça Pires disse...

"flor clandestina
a tactear a luz dos relâmpagos"
O chamamento do mar e das âncoras.
Um abraço, amigo.

Unknown disse...

Um poema para ler, reler e suspirar (muito)!

Beijinhos Poeta

L e n a disse...

Gosto de vir mergulhar
nos olhos do teu mar


Beijos

Meg disse...

Mar Arável,

Assim ficámos submersos
a resgatar âncoras

até as águas se fazerem ao mar
.

Acontece muitas vezes, meu amigo.

Obrigada pela força.

Um abraço

tulipa disse...

Que o Natal,
em lugar de ser apenas uma data,
seja um estado de espírito
a nos orientar a vida, permanentemente.
Os meus votos para ti e familiares de que este Natal traga alegria, paz e muita felicidade para todos os dias do Ano Novo.
Beijinhos

NOTA: este ano, nos meus 2 blogues, apresento 2 árvores de Natal (pinheiros) bem originais.
Convido-te a ornamentá-los com aquilo que achares que lá fica bem...pode ser bolinhas, fitinhas, palavrinhas e até pensamentos.
Podem ser:
emoções,
sentimentos,
abraços
e outros miminhos.
Eu agradeço!!!

São disse...

Que os barcos naveguem sempre na beleza destes teus poemas.


Venho desejar-te e a quem gostas um Natal com belas surpresas e muito amor assim como um 2010 com saúde e paz!

Um enorme abraço, Amigo.

Graça disse...

É tão lindo, tudo o que escreves!

"Estávamos no tempo dos barcos
vertebrados
que davam à costa
e se demoravam
por amor aos poetas inocentes"___ adorei!


Um magnífico Natal para ti, cheio de tudo o que te fizer feliz.

Beijo doce e natalício.

Gabriela Rocha Martins disse...

quando as palavras dão à costa ,resgastas os poemas//peixes


com amor



.
um beijo