domingo, 24 de junho de 2007

PAPOILA DE NEBLINA



Vens nos passos

folha ante folha

para não acordares os pássaros



tens gestos em todo o corpo

e a nossa fala coincide

nas palavras indizíveis



vens no vento

com perfume de temporais

e partes nas mesmas asas



És assim

delicada frágil silvestre

papoila de neblina



11 comentários:

Saramar disse...

Quanta delicadeza há nestes versos!
Linda, linda declaração de amor.

beijos

CNS disse...

Delicadas as pétalas do teu poema.

Letras de Babel disse...

mas delicadamente suporta a nossa fragilidade...

un dress disse...

ser papoila aqui.

a concreta voz da

respiração:

intercalada de súbita ausência

Anónimo disse...

Peço desculpa, mas acho que as papoilas saltitantes são - ainda - as mais belas papoilas do mundo.

(Caso o Berardo não as compre, uma a uma, para, depois, vender as pétalas a quem der mais.)

Um abraço

João Carlos

Maresia e Luar disse...

A cor rubra em contraste com o verde e amarelo dos campos, diz-nos que mesmo nos mais secos e esquecidos solos, a paixão sempre pode brotar.
Papoilas... uma dança selvagem em pequenas saias ao vento.

Maria disse...

A delicadeza e fragilidade das palavras e das papoilas, vermelhas como só elas são...

vieira calado disse...

Hoje, mais que nunca, é preciso intervir.
Também gostei do seu poema.
Um abraço

Páginas Soltas disse...

Um pazer constante...na visita a este Blog!

Abraço amigo da

maria

Monte Cristo disse...

Só mais uma coisinha.

O Berardo não gosta de papoilas verdadeiras. Não as percebe. Só pintadas - e é se o quadro for caro.

Mas poemas destes (belos) não os desperdicemos com tipos boçais. Continua o plantio.

A propósito: A Independente não terá nenhum curso de alfabetização para adultos do jet set? O homem precisa...

CL disse...

lindo...n se vê papoulas por aí!