segunda-feira, 16 de abril de 2007

ETERNO POR UM INSTANTE



Neste porto desobrigado de fronteiras
e outros céus
vem à tona a energia imperecível
dos desertos
o perfil escarpado da luz
fragmentos de círculo

Nesta apoteose de neblinas
defino a brancura do teu corpo
de pátria movediça
como um prado onde refulgem
transfigurações de barcos
rumores de outros mares


Amo esta janela com vista para o vento
onde é possível ser eterno
por um instante
povoar o silêncio errante das metáforas
e viver apaixonado
no pulmão das marés


desenho de Almada Negreiros

1 comentário:

Maria disse...

"e viver apaixonado
no pulmão das marés"

É aqui que eu respiro...