terça-feira, 8 de janeiro de 2019

ATEAR AS ÁGUAS





De  tanto ver pátrias movediças
começo a ter saudade
das minhas verdades improváveis

pássaros pétalas e asas
a dardejar nos mastros

o tempo em arritmia
contado pelos dedos
em voz alta

esculpido nas pedras
povoado de sons
quase poema

Onde a luz se afoga
basta um sopro
na constelação dos azuis

para atear as águas


eufrázio filipe

( Chão de marés)

11 comentários:

Larissa Santos disse...

Muito bonito:))

Bjos
Votos de uma óptima Terça- Feira.

Daniela disse...

Bonito=)!
Bjinhos
Por aqui com, Olhares em caminhos floridos. Renovação de forças.

teresa dias disse...

Parabéns, poeta, por este poema sublime!
Excelente para primeiro do novo ano.
Abraço.
(Vou reler o poema e admirar o bailado...)

Lua Azul disse...

Acho que muita gente tem saudades das suas verdades improváveis...
Poema que, para mim, espelha bem a dor que isso causa.
Boa semana!

Ailime disse...

Um poema magnífico.
Que o chão nunca nos falte.
Beijinhos,
Ailime

Maré Viva disse...

Mais um poema para ler e reler, devagar, para entender porque as águas se ateiam...
Bom ano, muita poesia.
Bjs.

Majo Dutra disse...

E triste «ver pátrias movediças»...
Ateemos as águas!
Bj ~~~

manuela barroso disse...

Eram verdades improváveis...
Mas os barcos não aguentam as tibornas das aguas!
Belo poema , EF
Beijinho

Majo Dutra disse...

Corrijo... 'É triste'...

Rosa dos Ventos disse...

Belo poema apesar das pátrias movediças ou por isso mesmo!

Abraço

Agostinho disse...

Muito boa a propositura.
O Poeta lança a semente da verdade,
em morfologia e estética distintas, erigido o templo da Poesia
onde os fiéis se acolhem.

As águas fervem
na pendular cadência das ondas
onde gente se salva onde gente
se afoga.
Por entre a espuma
que se faz e desfaz
uma mão acena uma verdade.
Que verdade?

Abraço.