quinta-feira, 29 de novembro de 2018

ESPAÇO PARA CANTAR






Nesta aldeia
de mares imperecíveis
e sábios tristes
íntegro um pássaro do alto
entendeu por bem
atiçar o fulgor dos timbres
regressar ao  cais
soltar os barcos
e partir
nas cordas vocais
de uma guitarra

Nesta aldeia
refúgio
à flor das águas

ainda há espaço para cantar


eufrázio filipe

15 comentários:

Boop disse...

Tenho para mim que toda a sabedoria se conquista com perdas, de inocência, de ingenuidade, de liberdade (no sentido da responsabilidade). Que bom é ao menos poder contemplar "o que bada sabe", o passaro ao alto, os barcos soltos, os sons mágicos.

Maria João Brito de Sousa disse...

Que o haja sempre, Eufrázio!

Abraço

Marta Vinhais disse...

Para que a alma não morra...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta

Janita disse...

Foi ao meu blogue roubar-me a tela de Picasso, Poeta? :))

A guitarrada que aqui leio tem uma melodia muito mais bonita do que a minha...

Beijinho, Poeta das belas e imperecíveis palavras.

Rosa dos Ventos disse...

Abençoado pássaro, provavelmente azul!

Abraço

Lua Azul disse...

e que não pare esse cantar!
um bom fim de semana!

Ailime disse...

Magnífico poema!
Que as vozes não se calem.
Beijinhos,
Ailime

Elvira Carvalho disse...

Que nunca o seu canto se silencie.
Abraço e bom fim-de-semana

Teresa Almeida disse...

É das cordas da guitarra que se soltam os pássaros.

Beijo.

Graça Pires disse...

Uma ave com espaço para cantar. Um poeta que canta com as palavras sempre cúmplices dos pássaros livres…
Uma boa semana, meu Amigo.
Um beijo.

LuísM Castanheira disse...

Ha' guitarras no cais...
Que não deixem nas cordas de vibrar.

Abraço, Poeta.

manuela barroso disse...

Haja sempre uma guitarra e um barco no cais para que não morra a alegria e se cante a liberdade.
Beijinho EF

Daniela disse...

Muito bom!
=)
Bjinhos com carinho...
Por aqui com, Vivacidades e deslumbres

Olinda Melo disse...


Partir nas cordas vocais de uma guitarra...bem visto.
Um pássaro que entende das coisas.
E haverá sempre lugar para as coisas belas da vida.

Abraço

Olinda

Agostinho disse...

Que há-de um homem fazer
se as avenidas se alagam
de néon e ilusão e
as pedras a marejar o descalçam.

O Poeta chora, ri e canta,
desperta os pássaros que temos
em todas as mansardas,
até ao alvor das madrugadas.

Sempre à frente, Eufrázio.