domingo, 1 de janeiro de 2017

SEDIMENTOS


                                                      
                                                             FOTO DE AUGUSTO CABRITA////Seixal



No regresso à velha casa
respirámos fundo
os barcos ancorados
nas paredes do cais 

lá estavam
numa pauta de sons
silvos e rastos

a desordem organizada

timbres no sossego das marés
a desvendar como se movem
águas e margens

No regresso à velha casa
gratos beijámos as pedras
os sedimentos


Eufrázio Filipe

24 comentários:

Janita disse...

É bom voltar aos lugares onde pertencemos. O poema é lindo e a foto deixa transparecer uns laivos de melancolia, tal como a poesia-
Gostei, Poeta. Muito.

Beijinhos

Rogério G.V. Pereira disse...

Por vezes o partir liberta
mas é o regresso o que conforta

LuísM Castanheira disse...

também no caos pode haver beleza...
e na casa velha, há de certeza.
às velhas casas que a sua história perdure na memória.
Um abraço (ao poeta e ao poema)

Laura Ferreira disse...

Sedimentos de coisas bonitas. :)

Marta Vinhais disse...

É sempre bom regressar... Há sempre diferenças - a vida passa por todos...
Mas há coisas que perduram... as memórias, os cheiros....
Bom Ano 2017.
Beijos e abraços
Marta

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

e nem sempre se regressa à velha casa...
nem sempre!

bom ano de 2017

beijinho

:)

Graça Pires disse...

Um poema muito belo. Voltas aos lugares da memória e as palavras acompanham o Poeta...
Para ti um ano muito BOM.
Um beijo, meu Amigo.

Manuel Veiga disse...

regresso do filho pródigo?
que encontres a casa plena. ainda.

a casa, mesmo que nua (ou por isso) fala sempre de "coisas" lindas que se guardam
velhos afectos. e memórias.

belo poema.

fraternal abraço.

Ailime disse...

Boa noite Poeta,
Magnifico poema!
Mesmo que numa “desordem organizada” é sempre bom regressar à casa que nos acolhe e reconforta, porque única.
Beijinhos,
Ailime

Teresa Almeida disse...

A velha casa sempre presente, principalmente as pedras onde ecoam memórias e afetos.
Beijo.

manuela barroso disse...

A casa. o canto. o lugar que nos bafeja em nevoeiros.
os objectos que nos falam calados.
mas o cais...
é tão bom aportar!

aportemos num Bom Ano que é Novo.
Beijinho.

Teresa Durães disse...

Um beijo de comunhão do lugar

Maria Eu disse...

Há regressos que nos apaziguam.
Belo poema, como é hábito!

Beijinhos, MA :)

Palavras soltas disse...

Regressar para seguir.Belo!

Agostinho disse...

Apesar de tudo se mover no abraço telúrico da terra a casa velha, sempre nova para velhas-novas paixões.
Gostei desta entrada, Poeta.

Silenciosamente ouvindo... disse...

Voltar ao sítio que deixámos
por esta ou aquela razão,
pode ser bom.
Excelente fotografia do
saudoso Augusto Cabrita,
Abraço
Irene Alves

bettips disse...

A casa velha é a casa primordial. Mesmo impossível, invisível, ou quase.
A poesia flui.
Abç

Ana Tapadas disse...

Tantas saudades desses teus barcos...

Beijo

Miss Smile disse...

Sedimentos de uma vida. A melancolia dos regressos aos sítios onde já fomos felizes...

Um beijinho :)

MS disse...

Regressar é reencontrar-se. Timbres do ser.

Bom Ano !
beijo

Bandys disse...

o regresso é sempre
reconfortante.
Beijos

Graça Alves disse...

Também gosto desta casa onde deixo um beijo!
Feliz 2017

vida entre margens disse...

Que bom, voltar a ancorar neste cais de poesia...

Após um ano de ausência, resolvi regressar.

Abraço Poeta!!!

oasis dossonhos disse...

http://aguasdosul.blogspot.pt/2017/01/as-livrarias-de-obidos-e-poesia-de.html