terça-feira, 20 de outubro de 2015

A DESBRAVAR ESTRÊLAS






Efémeros nesta lucidez
de vinhedos decepados
antes que o tempo fuja
sem deixar rasto
nem pátria

inscrevo-te
numa aresta de vento
para te ver
sobre as pedras

a sonhar sonhos irrepetíveis

fecho o portão
solto os cães
mas tu ficas

vertigem de luz
a desbravar estrêlas

Eufrázio Filipe

20 comentários:

Lídia Borges disse...


"vertigem de luz/a desbravar estrelas"

Imagem luminosa!

Bj.

Lídia

Rogério G.V. Pereira disse...

Sei que é pouco
ou o sentes como tal
que hei-de eu
dizer afinal

para além do que insisto
um sincero
(Bonito, isto!)

Arco-Íris de Frida disse...

O poema me lembrou os ciganos...sem rasto, nem patria... vertigem de luz...

Suzete Brainer disse...

É surpreendente a tua capacidade de atingir uma beleza poética inalcançável,
um caminho próprio, "a desbravar estrelas" de uma rica expressão literária,
inconfundível. Só tu, poeta, trilha nesta luminosidade, e eu abro os meus
olhos, a porta da minha alma para absorver esta trilha luminosa, guardando-a.

Infinitamente belo, adorei!
Bjs.

Teresa Durães disse...

Um poema lindo!

Laura Ferreira disse...

gostei desta viagem.

manuela baptista disse...

o tempo a contornar arestas

e a luz

Palavras soltas disse...

Gosto muito... mesmo quando solta os cães.
Belo.

Beijo.

Sónia M. disse...

O próprio poema é vertigem de luz
Belo! Muito!

Beijo

Graça Pires disse...

Sonhos irrepetíveis... Quem desbrava estrelas consegue sempre o "milagre" de sonhar um novo sonho, mesmo quando a fé parece gasta...
Um beijo, amigo.

Helena disse...

Busquei palavras no movimento das mais profundas águas quando elas escutavam os retratos por minha sala espalhados, e com elas andei de porto em porto até a luz se fazer dia e eu parar de ter sonhos irrepetíveis e poder fechar o portão, soltar os cães, e deixar apenas tu, grande poeta, a desbravar as estrelas que espalhaste nos teus versos e que, mais uma vez, ficaram a encantar o meu olhar...
Passear por teus poemas é adentrar um mundo de magia onde a poesia fica a reinar.
Um final de semana de alegrias e paz,
Helena

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

uma vertigem de luz

e caem estrelas nas mãos do Poeta

:)

Almma disse...

Inscreve-se e crava-se. Entre vertigens e pedras, estrelas, desbrava. E uma delas, fica.

Anónimo disse...

E lá estou eu
sobre as pedras
a sonhar...

Princesa

Manuel Veiga disse...

as arestas de vento despenteiam todos os impossíveis...

e o poema é então "vertigem de luz..."

abraço fraterno, meu caro Poeta.

Agostinho disse...

E se te disser que as estrelas
persistem no sonho imperturbável
ao alarido dos calhaus?

Maria Rodrigues disse...

E de um sonho nasceu esta bela poesia.
Um abraço
Maria

Graça Sampaio disse...

Poema de amor e sonho... Muito bonito!

vida entre margens disse...

Só num lugar onde existem estrelas, a poesia pode ser sublimada, da forma como tão bem o faz!!

Abraço Poeta!

Maria Eu disse...

Gravar o ser amado na alma!
Lindíssimo, MA!

Beijinhos. :)