Estávamos num deserto
povoado de espelhos
a compor tempestades
na pauta
à espera que o Verão passasse
em fuga
quando os teus olhos vieram à tona
soltar pétalas
aflorar o sopro do vento
resgatar outras claridades
Estávamos num deserto
quando as pétalas
exaustas se fizeram ao mar
alumiaram silêncios
espargiram perfumes
cardumes de estrêlas
em tons de azul
mas nós queríamos mais
e de tanto querer partimos
por sobre o uivo das areias
decididos a perder-nos
para ver a luz
colher no chão
a própria sombra
em sussurros vagarosos
despir
os nossos passos
26 comentários:
Caro poeta,
Ainda bem que as "pontes" unem versos além mar...
Teu poema vivifica a palavra-flor nascida no deserto pleno...o versos são pétalas soltas, levadas ao vento...belos versos.
Grata pela visita em meu "baú". Retorne sempre.
Um abraço.
Genny
A luz a colher no chão a própria sombra, talvez só sirva mesmo para isso...
No olhar do poeta: Sombras luminosas.
Abraço
Lindíssimo!
Beijo
Poesia em toda a sua magia.
Abraço
Quando há poema
Nem sempre faz sentido comentar
Faz mais falta
Imaginar
Como é que a sombra
é colhida pela luz
a partir do seu chão
em sussurros vagarosos
e ficarmos com passos nús
(foi bonito imaginar...)
"Quando os teus olhos vieram à tona
soltar pétalas"... Lindo!!!
Pétalas sonhadoras
aventureiras
determinadas...
que do deserto sem fim
aumentado pelos espelhos
partiram
quando nós partimos
à procura da
"luz de sombras"
vagueámos
por entre as sombras da luz
Luz...Deserto...Mar...
Cada um mais belo que o outro
princesa
Estimado Eufrázio,
quiçá
a rosa do deserto - das mais belas obras que a mãe-natureza nos ofertou -, o tenha inspirado,
quiçá
outras rosas,
o que importa é que o resultado é uma escrita de rara beleza, fino recorte, onde volto sempre
"para ver a luz/colher no chão/a própria sombra"
belo, meu amigo. muito belo.
Abraço
Mel
a consciência das acções é muito importante na minha conduta... mas tenho ainda muito a aprender... um grande beijinho, eufrázio.
Colher no chão a propria sombra pode ser já um acto de desespero...
Um bom final de semana, companheiro.
As pétalas,
navegaram sobre o mar...
:)
SÃO
Olha que não
olha que não
A natureza esconde mistérios...
Viver é um mistério que se pode transformar num deserto ou levantar-nos num voo majestoso....
Lindo...
Obrigada pela visita....
Até já
Beijos e abraços
Marta
Meu querido Poeta
Quanta beleza emana destas palavras.
Beijinhos
Sonhadora
Sim, os poetas podem e devem querer sempre mais. Os comuns mortais, ai de nós, contentamo-nos com a poesia escrita por eles!
Sempre belo, com "os olhos a virem à tona, os cardumes de estrelas em tons de azul", e tanto mais...
Um abraço :)
"...de tanto querer partimos
por sobre o uivo das areias
decididos a perder-nos"...
Perco-me nas tuas palavras... Oh Poeta dos mares.
Bom fim de semana, Eufrázio.
Bjs.
Maria
Presenteia-nos com imagens poéticas belíssimas
Realço:
"Estávamos num deserto
quando as pétalas
exaustas se fizeram ao mar
alumiaram silêncios
espargiram perfumes
cardumes de estrêlas
em tons de azul"
mas nós queríamos mais"
Porque queremos sempre mais, às vezes, perdemo-nos...
L.B.
"estávamos num deserto povoado de espelhos"...quão verdade meu amigo!
Oxalá reflictam a luz, de nós.
Belo, aliás como sempre.
Bj.
Espero que o comentário entre.
Vale a pena perdermo-nos para ver aluz. Muito bonito. Aceita uma pétala pelo poema.
colher no chão a própria sombra ......
gostei
bj
teresa
Do mar renascem sempre as pétalas exaustas, sabedoras do mistério que as torna belas.
Passos despidos de luz e de sombra...
É sempre um momento de poesia especialmente belo, aquele que aqui encontro.
Um abraço cheio de admiração
Todas as sombras têm na sua composição uma parte de luz...
Abraço
Extasiante.
Meu abraço e minha admiração.
"perder-nos
para ver a luz
colher no chão
a própria sombra"
Belíssimo!
Um beijo.
O deserto está povoado de miragens... e a luta entre a luz e a sombra é desigual...
Belo poema, gostei.
Abraço.
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