A praia estava tão só
de tudo
que mais parecia uma casa vazia
até os azuis desmaiavam
num tresmalho de céus
Nem um barco, uma asa,
uma brisa, um pó
Só uma breve espuma
adocicava as areias tatuadas
Nesta elegia de silêncios
em repouso
as águas lamberam
os teus últimos sinais
mas não o mirífico lugar
onde se despem e nidificam
as marés
26 comentários:
Tão bonitos poema e foto. A sensibilidade e a vida...muitos beijos. Adorei.
... e por vezes, a praia apresenta-se assim! Vazia, como 'uma casa vazia'!
Mas uma casa encerra paredes, e a praia o horizonte sem fim!
Uma elegia em 'tempo de metáfora'?!
Muito belo este teu poema! E a foto! Como o mar é vastidão perante a pequenez do Homem!
Pelo olhar atento a 'fragmentos', sensibilizada!
Um "nunca mais" levado pelas marés e a lembrança que sempre será trazida por elas.
bjs
Murmúrio poético empolgante. Vou sair, pé ante pé...
Ler-te é ficar sem palavras, e apreciar a beleza do que escreves no mais puro silêncio da admiração. Adorei o poema.
Um beijo
o sitio de todas as origens.
...até o silêncio é cúmplice.
___
beijo, marítimo.
receio que os sinais prevaleçam. transmigrados para outros intimos locais...
belíssimo, Poeta.
abraços
Não tenho muitas palavras perante as palavras dos outros... é uma limitação que me persegue... mas nãp posso deixar de me sentir comovida - isso mesmo! - e logo pela pena de quem se diz pouco dado a comoções!!(Peço desculpa por voltar a este momento!)
Enfim... só para reiterar a minha admiração pela escrita do Eufrázio...
Saudações poéticas
Lindissimo!
Entretanto veio-me o cheiro do Outono.
:)
mesmo nos passos apagados, permanece a memória na areia.
transparece do poema essa beleza única da espuma silenciosa sobre o areal onde repousam as memórias.
bjo.
Belissímo!
"Intocável" o espaço das marés.
Sublime...assim.
Beijinhos*
De novo repouso os olhos nas marés dos teus versos
Muito belo, Eufrázio.
Mas, quando não é? :)
Beijos, boa semana.
"(...) até os azuis desmaiavam
num tresmalho de céus (...)"
no desnudar das palavras,
o silêncio da pele.
VFS
O lugar do tudo em nada desenhado.
Bj.
Um silêncio perfeito,
frente a imensidão do Mar
onde so a espuma veio lamber os ultimos sinais
Mas onde é que nidificam as marés...
Poema como sempre escrito com a alma dum poeta que adora seu Mar.
Beijinhos
rendo.me ao silêncio
pela excelência do POEMA
.
um beijo
recônditos são pensamentos de um poema...
A capacidade de olhar e poemar é brilhante em ti.
Bom voltar a estes areais e ver que as palavras continuam a brilhar.
Elegia do silêncio, onde ouvimos a enchente das marés no coração das palavras.
Mais um belo poema!
Beijos.
- Não achas que o poeta está a querer dizer que o Outono está aí não tarda?
- Ná. Isto é o relato de um amor de Verão que chega ao fim...
- Pois cá para mim, depois de lambidos os sinais, muitas noites de Inverno esta paixão há-de conhecer...
- Coisa para durar até á Primavera pelo menos, não?
muito bonito!
não costumo trazer para o comentário a palavras que leio no post mas gostava de salientar que me encantou a frase "as águas lamberam os teus últimos sinais".
beijos
luísa
sempre é un gusto vir por aquí e atopar tanta beleza,que efimera é a felicidade!!
beijhos ben querido poeta.
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