Uma vez mais acordei
a respirar por guelras
para surpreender os pássaros marinhos
que remam contra o vento
a sombra pendente das árvores
que escuta o chão
nesta vereda de peregrinos
Se a morte existisse
os teus olhos clarinhos
não seriam tão azuis
nem se demoravam
tão andarilhos
nos meus
e só tu sabes porquê
minha mãe
15 comentários:
Só ela(s) sabe(m) porquê...
Lindo!
Um beijo
e só tu sabes porquê
minha mãe
Quando a Maria Teresa Horta resolver (re)publicar o livro sobre a mãe na literatura, tem que fazer referência a este comovene pedaço de escrita...
Pungente, comovente e apaziguador, o teu poema. Então para uma mãe...
porque existem razões ocultas que apenas os olhos de uma mãe conseguem entender...
Belo, muito belo este poema.
Abraço
Mel
Comovente o poema e a pintura do Almada. Um abraço.
Abençoado ventre
que acolheu
e foi esculpindo
tamanho talento poético!
Parabéns à Mãe
baú de memórias
e segredos
deste Romeiro
que tantos seguem
e admiram!
princesa
as mães sabem tudo. dos filhos...
"doi" de tão belo e comovente, sabes?
abraço
Tão sublime o teu sentir de palavras.
Bj.
e assim se re criam as palavras
onde os andarilhos se escondem
ao escrever
BELO
.
um beijo
Dançam sempre aqui estes olhos azuis, agora com mais um nome, talvez o primeiro.
~CC~
A tua Mãe, a minha Mãe, as nossas Mães.
Obrigado.
Belíssimo! Comovente! Se calhar porque sou mãe, também. Ou então porque também sinto os olhos da minha mãe que "se demoram andarilhos nos meus".
se algum dos meus filhos disser uma coisa assim de certeza que origino um novo oceano de tanto chorar...
comovente! sou filha e mãe... também
um sorriso :)
ah! este tocou num ponto fragil...
vou dizer-te um segredo, Mar:
emociona-me tanto, mas tanto, a ternura de um filho homem para sua mãe.
tão lindo este tesouro de poema.
e a tela de Almada Negreiros, outro tesouro.
um imenso abraço, mar!
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