terça-feira, 4 de setembro de 2007

O FIO DA MEADA ( 3 )

Embarquei num aeroporto sem radares
e cheguei numa avioneta com ventoinhas.

O dia estava pardo na Terceira

No taxi perguntei ao motorista,perante uma senhora
de Fátima que balouçava ,pálida e por um fio
no retrovisor:

Foi na "Casa das Tias" - aqui nesta ilha - que nasceu
Vitorino Nemésio?
Sou de cá mas estive vinte anos na américa.Não lhe sei responder
- isso é mais para políticos e doutores.

Assim esclarecido fui ver a velha casa,que serviu em tempos
para armazem de refrigerantes e hoje é museu municipal.

Na terra de Vitorino Nemésio
e do porta aviões americano das Lages
alguem entendeu por bem que a vida
não é apenas o minuto que se segue.

Acabei por reconhecer
que ainda por algum tempo
fará "mau tempo no canal"

8 comentários:

Maria disse...

É, e por quanto tempo mais, ainda......

samuel disse...

Que terá aquela ilha para que eu tenha saudades dela como se lá tivesse nascido ou vivido muitos anos?
Ah, mas isto não fica assim...

Mateso disse...

pois e " se bem me lembro..."
"...................
A minha casa... Mas é outra a história:
Sou eu ao vento e à chuva, aqui descalço,
Sentado numa pedra de memória."

Vitorino Nemésio
Bj.

un dress disse...

pardos dias

mau tempo

e porém

não deixaremos

nunca

de reconhecer

a luz




beijO :)

Anónimo disse...

Pois eu, quando aterrei em São Miguel, valeu o susto no momento em que avião tocou o chão, mas a seguir tive a sorte de partilhar com "taxistas" cultos que tudo sabiam acerca dos locais que visitámos naquele "PARAISO", que merece ser vivido!
Sorte a minha ter encontrado "taxistas" que nunca se interessaram pela América!
Entretanto, fico a aguardar o seu O FIO DA MEADA 4.
princesa

Anónimo disse...

Tive o prazer de redescobrir Vitorino Nemésio há uns meses atrás.

Numa feira de livros usados comprei alguns livros, um deles deste magnífico autor. Tem sido um descoberta. Talvez porque de alguma forma vivo numa "ilha" revejo-me na sua poesia.

Somos muito pequenos mesmo, dado que tantas e tantas vezes deixamos "fios de meada" por percorrer.

Gostei de ler, gostei de ver aqui trazido Nemésio...
"Se bem me lembro"

Um abraço
Mel
www.noitedemel.blogs.sapo.pt

Bandida disse...

primeiro que tudo a arte de seguir ilusões como se fossem falsas aparências. e são de facto a admiração da dúvida. esse "mau tempo" de um exemplo paralelo.


beijo


B.
______________________

Maria disse...

Hoje deixo-te

http://www.youtube.com/watch?v=2uYrmYXsujI

e um abraço