quarta-feira, 26 de setembro de 2018

BEIJÁMOS AS PEDRAS







Lá onde todos os azuis
se reúnem para cantar
e os olhos cegam
num espelho de águas
dulcíssimas
nem sempre acontecem
pautas de timbres

mas tu trazias no corpo
um rasto de asas

na voz um sinal
que despertam contidos silêncios

e foi assim

quando soltaste os pássaros
neste jardim de corais

em pleno voo
beijámos as pedras


eufrázio filippe
2015

12 comentários:

  1. Quem lê nem vê
    basta-lhe o brilho poético
    lançado no abrir da gaiola

    Beijamos as pedras...
    pode acontecer
    por que da inevitabilidade
    vem afiado o gume ardente

    Há pedras que são
    de ígnea condição

    Como sempre, a excelência é servida, aqui, no tom maior do prazer.
    Parabés.

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  2. Bela postagem, meu amigo!
    O poema é soberbo e a foto (que acertada escolha!) fenomenal.
    Beijo.

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  3. Beijar as pedras em pleno voo. Só mesmo um Poeta…
    Um beijo meu Amigo.

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  4. Passo e leio em silêncio, Mar Arável.

    Considero-me uma péssima comentadora de poesia e,provavelmente, sou-o mesmo.
    Mas leio. Leio sempre.

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  5. Beijar uma pedra é revolucionário! E logo em pleno voo!
    Adorei o seu poema. V
    Vivam o sonho e a poesia!

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  6. Só um belo poema grava os beijos nas pedras.

    E eu deixo meu beijo.

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  7. Boa noite, Eufrazio.
    Parabéns pelo belo poema.
    Um abraço
    Pedro

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  8. Sempre linda, a poética dos afectos no som das palavras.
    Mas este poema tocou-me de forma especial.

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  9. São várias as vezes que não comento. Talvez por duvidar da minha interpretação dos seus poemas.
    Mas um texto publicado ganha asas e a sua interpretação passa a pertencer a quem o lê, não é?
    Em mim, este poema evocou a liberdade daqueles que se enamoram. E aquele lugar incerto, aquela centelha inexplicável, aquele mistério indecifrável que faz com que alguém sobressaia no meio dos demais.
    E talvez por isso me revi.

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