Neste porto desobrigado de fronteiras e outros céus
vem à tona a energia imperecível dos desertos
o perfil escarpado da luz
Nesta apoteose de neblinas
defino a brancura do teu corpo
de pátria movediça
como um prado de salivas
onde refulgem transfigurações de barcos
rumores de outros mares
Amo esta janela com vista para o vento
onde é possível ser eterno por um instante
povoar o silêncio errante das metáforas
e viver apaixonado no pulmão das marés
assim voejamos há tanto tempo
de um lado para o outro
na remoção do pó
a construir barcos vertebrados
traços de luz
para os peixes não se afogarem em lágrimas
assim projectados nas paredes da casa
dentro e fora do corpo
peregrinos por sobre as águas
afundámos uma ilha
mas ainda não renascemos
nas belas tempestades
voejamos há tanto tempo nas vagas
que não sabemos se é pó
o desacerto dos relógios
ou pássaros livres quase perfeitos
neste mar de pátrias repartidas
Eufrázio Filipe
( texto reconstruído )
OI MAR!
ResponderEliminarE NESSE POETAR APAIXONADO, AS METÁFORAS BRILHAM.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Amamos essa janela com vista para o vento
ResponderEliminarrenasceremos amanhã
mesmo que a tempestade não seja tão bela
quanto o verso em falas dela
Excelente poema. Parabéns
ResponderEliminarBeijos
Ser eterno por um instante...
ResponderEliminarBela poesia
Beijos
E eu gosto muito de espreitar por esta janela de onde avisto mares de beleza.
ResponderEliminarUm beijinho :)
O que se vê da janela é perfeito... É o despertar do tempo, da paixão, é descobrir os segredos e a beleza das coisas....
ResponderEliminarLindo...
Beijos e abraços
Marta
Seu poema é imenso e também muito, mas muito belo.
ResponderEliminarBjs.
De uma beleza imensa...
ResponderEliminarBeijo
Quando caminho por estas escarpas,feitas de sonho e metáforas, sinto que o meu voo é tão livre e solto, como o dos pássaros que habitam este pedaço de céu...que é seu e meu...
ResponderEliminarBeijos, Poeta.
Fico contigo no postigo "desobrigado" de limites espácio-temporais. Rebrilham-se as palavras neste "mar de pátrias repartidas".
ResponderEliminarSublime expressão poética.
BJ 😊
Sim, voejamos há tanto tempo nas vagas, como saber do resto? Desejo que seja bom o resto e... tudo o mais!
ResponderEliminare da eternidade vê-se uma simples janela, onde o poeta poisa um (o seu) olhar.
ResponderEliminarBelo.
Abraço
Uma Pátria de Poetas .
ResponderEliminarBelo o momento e a sua janela com vista para o mundo.
Beijinho
"Amo esta janela com vista para o vento"
ResponderEliminarBeijo
São diversas as janelas que cada uma abra à vida. Nem sempre as nossas são tão belas quanto as do poeta. Mas sempre há qualquer coisa especial nelas. Mas quantas vezes, a indiferença nos deixa olhar, mas não ver.
ResponderEliminarUm abraço
Janela, postigo...mesmo através de uma fresta se sente a maresia de sublimes metáforas e barcos, hoje vazios e tudo.Mas que a "janela com vista para o vento" permita ainda o sonho, a ilusão para que os peixes não se afoguem.
ResponderEliminarEu, ficarei na praia...
Beijo, EF.
No seu ofício, o Poeta persiste na feitura de barcos vertebrados com quilha, que lavrem e semeiem liberdade neste mar. Contudo há uma brisa de ilusão a quebrar-lhes a espinha da vontade. Como haverá então uma única pátria. Ou mátria, tanto faz, desde que o domínio seja azul, natural para barcos e pássaros.
ResponderEliminarAbraço.
Nesta janela todos os voos nos tomam.
ResponderEliminarBeijinho.
No teu mar de pátrias repartidas hão-de atracar os barcos que trazem novas vidas.
ResponderEliminarUm abraço fraterno
Reconstruir, eternamente, à espera que a esperança, no coração, rime com bonança.
ResponderEliminarUm bom momento!
Abraço
Uma maravilha, sempre!
ResponderEliminarBjs
"O perfil escarpado da luz" iluminou as palavras, os silêncios e os pássaros livres... Maravilhoso poema, meu Amigo!
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Tudo sempre tão desconhecido e eterno. Gosto do seu poema.
ResponderEliminar"Amo esta janela com vista para o vento
onde é possível ser eterno por um instante
povoar o silêncio errante das metáforas
e viver apaixonado no pulmão das marés."
Que todas as janelas nos mostrem horizontes longínquos...
ResponderEliminarVejo como me atrasei nas leituras neste cais, mas tenho estado sem pc. Peço desculpa.