segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

A FAZER POEMAS OU QUASE NADA




Observo como se move
a água do meu rio

desprendida
sem mácula nem lágrimas
nua de tudo
passo a passo
olhos nos olhos
militante da vida
e verdades improváveis

com todo o tempo 
para sonhar em voz alta
move-se lenta
esculpe caminhos
muito antes de ser mar

Um dia sonharei
um sonho seu
acordarei uma vez mais

a fazer poemas
ou quase nada


Eufrázio Filipe
2013

22 comentários:

  1. Fazer poemas como este,
    nunca quase nada, porque é tanto.

    ResponderEliminar
  2. SEU RIO, NÃO SE CONFUNDE COM O MAR, PORQUE É SÓ SEU.
    ACHEI LINDO TEUS ESCRITOS, AMIGO.
    ABRÇS
    http://zilanicelia.blogspot.com.br/

    ResponderEliminar
  3. Mas o poema aqui está... esculpido nos caminhos que descem até ao Mar...
    Lindo...
    Beijos e abraços
    Marta

    ResponderEliminar
  4. Um poema brilhante! Amei

    Beijos e uma excelente semana.
    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

    ResponderEliminar
  5. Fazendo poemas...muito belos!

    Ser dono do tempo...quanta riqueza!
    Beijo

    ResponderEliminar
  6. Eu sou molécula da água do seu rio.
    Sou verso do teu poema.

    princesa

    ResponderEliminar
  7. No meu rio leio o vagar das águas de hoje.
    Por vezes, lembro-me delas, sem represas.
    Às vezes, perto delas, escrevo uns poemas de hoje com sabor a ontem.
    São outros, os teus poemas. Livres e soltos a (es)correrem dos teus olhos líquidos.
    Bj, amigo

    ResponderEliminar
  8. Quase tudo; livre expressão de rio ou de mar...

    ResponderEliminar
  9. E as águas do rio correm serenas no seu leito, sem preocupação sem correria, sem contar o tempo; feliz daquele que é capaz de deixar o relógio em casa e ficar na margem observando a tranquilidade do rio, a beleza das águas, a serenidade que ele tenta transmitir aos poucos que ousam parar, reflectir,...ficar simplesmente a admirar. Fazer poemas? Não sei...mas um simples verso tenho a certeza; é só parar...observar...admirar e mesmo acordado, sonhar. Lindo, amigo! Um rio sereno, sem quedas, sem sobressaltos; qualquer um pode entrar nele e deixar-se ir...boiando.
    Um beijinho
    Emilia

    ResponderEliminar
  10. Um poema, um verso, uma canção, nunca são nada se tiverem uma intenção de o serem isso mesmo, um poema, um verso, uma canção!
    E também dum rio se pode dizer a mesma coisa e, por isso, nós chamamos na mesma rio ao rio quando ele não leva água.
    Nunca rio dum rio nem dum poema / gosto muito de rir / tenho pena / não posso ser poeta / posso apenas ser ponte

    Um abraço em arco ou em rima

    ResponderEliminar
  11. O Poeta imergido nas águas,
    em estado de auto-contemplação rasga,
    rasga o poema de cima a baixo.
    como se fosse nada.
    No entanto, subterrânea
    à simulação das areias
    escorre nele, leito de rio,
    a arte da vida,
    num tudo "ou quase nada".

    Assim ou quase!?
    Abraço.

    ResponderEliminar
  12. E antes que o rio se faça mar, já se fez poesia.
    Um abraço

    ResponderEliminar
  13. E lendo, deslizamos por esse mundo imaginário.
    Um poema notável.
    ab

    ResponderEliminar
  14. Quando a vida se faz rio, é uma vida cheia de tudo e a poesia navega à vela solta!
    Abraço.

    ResponderEliminar
  15. O rio antes de ser mar já é tanto!
    Beijinhos,
    Ailime

    ResponderEliminar
  16. Gosto do despojamento com que as águas se movem, gosto do fluir da poesia, apreciando cada verso no seu percurso que inevitavelmente se dirige para o mar...

    Um abraço!

    ResponderEliminar
  17. Li seus poemas, acima desse, gostei bastante, mas deixo meu abraço nesse, achei encantador! Parabéns.
    Um abraço.

    ResponderEliminar