sábado, 30 de julho de 2016

O MEU HÁBITO DE OLHAR O CHÃO






Ouvidos colados
neste chão de timbres
oiço o oculto coração das pedras
numa festa de raízes

respiro fundo a intimidade
da terra arada
as sementes
em novas apoteoses
de coisas simples

a sombra que se ateia
para as mãos
não perderem o sentido
nem os meus olhos
o hábito de olhar o chão

Eufrázio Filipe

18 comentários:

  1. Até o chão tem uma história para contar...
    Lindo...
    Beijos e abraços
    Marta

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  2. ~~~
    A sublime celebração das coisas simples,
    em perspicazes metáforas telúricas...
    Belíssimo, Poeta!
    Bj ~~~~~~~

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  3. É o chao, a terra que nos mantem vivos, é quem nos guia...

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  4. Olhar o chão e perguntar por que é mais "oculto o coração das pedras"...
    Maravilhoso!
    Uma boa semana, meu amigo.
    Beijos.

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  5. Há quem diga que até os pássaros acreditam na salvação que emerge do chão. Por aqui, a sementeira faz-se em todas as estações, sem submissões nem linhas paralelas.

    Abraço.

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  6. Olhar o chão e ouvir 'o oculto coração das pedras'... sentir poético que vai de encontro ao ser.
    Lindo!

    E que belo este mar, poeta do olhar!

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  7. Gostei que ficasse a olhar o chão...
    Deu-me a chance de o olhar sem que me visse...:)
    Adorei, isto!

    Beijinhos, boas férias.

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  8. Olhar o chão eleva a alma do Poeta.
    Sublime poema!
    Beijinhos,
    Ailime

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  9. O teu é hábito é o teu mar. Ora chão ora revolto.
    Abraço meu irmão poeta.

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  10. Vestidos de mar saudade, olhamos um mar de vastidão.

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  11. o olhar o chão é da cor dos olhos que iluminam até as pedras.
    confesso que adorei a simplicidade do poema que nos leva a interpretar de muitas maneiras este trabalho.
    mas o Poeta soube lhe dar um suporte fotográfico ainda melhor, o próprio Poeta e o mar em duas fotos excelentes.
    parabéns!
    beijo
    :)

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