domingo, 24 de julho de 2016

NO BALOIÇO VARINO DAS MARÉS


                                                          Cais da Mundet  Seixal
                                         


Pelo sulco das águas
regressei
ao intacto brilho do cais

beijei o chão da escarpa
como se estivesse a celebrar
o princípio das memórias

Lá estavam os barcos
no baloiço varino das marés
os cães na proa

mastros a dardejar
onde resistem
pássaros efémeros

Lá estavam
os meus pés nos teus

Eufrázio Filipe


18 comentários:

  1. E escrevem-se memórias no baloiço do tempo...
    Lindo...
    Beijos e abraços
    Marta

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  2. E quando voltou à escarpa encontrou tudo o que é preciso
    para nos deliciar com a suas metáforas: os barcos, os cães,
    os pássaros, as memórias...

    Abraço

    Olinda

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  3. um regresso bem balanceado.

    e certamente bem auspicioso - com pés para andar.

    belo poema, meu caro Poeta

    abraço fraterno

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  4. Com remos e pronto para aventura no infinito baloiçar.
    As palavras sonham o Poeta que as adivinha.

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  5. A tua escarpa... É dela que avistas as memórias, a efemeridade dos pássaros, "o intacto brilho do cais"...
    Maravilhoso, meu amigo.

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  6. As partidas só fazem sentido se houver chegadas. Com afectos, desgastados no vislumbre do horizonte, ainda mais.
    Sempre bem, meu amigo.

    Abraço

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  7. Sim, regressar...
    "Pelo sulco das águas
    regressei
    ao intacto brilho do cais."
    Um bom Verão!

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  8. De lá vem suavidade da brisa a provocar reações tão só nossas.
    Cadinho RoCo

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  9. O barco parte todos os dias, logo ao amanhecer; o mar revolto faz com que a viagem nem sempre seja serena, mas também todos sabemos que há marés, altas e baixas como na vida; o que importa é que volte ao seu porto de abrigo para que de novo, ao amanhecer se lance à agua, pedindo sempre que o navegar seja tranquilo. Enquanto a vida assim o permitir, lá vai o barquinho e nós remando esperando que o porto de abrigo lá esteja preparado para nos aconchegar. Foste e voltaste, amigo e espero que tudo tenha corrido bem. Agora vai ser a minha vez ; uns dias de ausência para, se assim o quiser a vida, voltar e começar de novo. Um beijinho e até breve
    Emilia

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  10. Encontraste(-te) no lugar e era o teu mar.

    Abraço fraterno Poeta.

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  11. E como é bom ver essas imagens...
    Excelente poema, como sempre.
    Eufrázio, tem um bom fim de semana.
    Abraço.

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  12. É
    muito confortante voltar ao nosso chão...
    Um regresso, brilhante e colorido feito
    pelo sulco de águas calmas, mereceu
    um belo e sentido poema de emoções,
    como reencontro com os seus amigos.
    Revigorado, esperámo-lo.
    Bj ~~~~~~~~~~~~~~

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  13. Belíssimo o ritmo à medida das ondas do rio... (por momentos um arrepio: passou-me pela vista «Esteiros» de boa/má/triste memória que li e analisei com os alunos há muito tempo atrás)

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  14. É sempre muito bom regressar ao nosso ninho.
    Registá-lo assim, é único.
    :)

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