É tão pouco procurar nas palavras
o rosto do lume que precisamos
para dar comer às pedras
procurar no barro
a linguagem dos gestos
nas flores o vinho das abelhas
a incerteza vigilante que conduz
o olhar de todas as coisas
É tão pouco procurar na razão essencial
uma navegação de migalhas
o sangue tatuado nas veias
de memórias e paisagens
o peso do coração
no peito
caminhos da água
que os rios seguem
sonâmbulos
de olhos abertos
Eufrázio Filipe
Todos sabemos o que Einstein disse sobre as abelhas: “Se a abelha desaparecesse da face da Terra o Homem só teria quatro anos de vida”.
ResponderEliminarA boca presa ao litígio dos sonhos. Sonâmbulos somos, com a secura nos olhos. Apesar "dos caminhos de água". Mas precisamos do barro das palavras para ouvir o silêncio...
ResponderEliminarMagnífico, o poema, meu amigo.
Um beijo.
É tão pouco o caminho livre.
ResponderEliminarÉ tanto o olhar do poeta.
Gostei imenso.
Ás vezes, estamos perdidos no próprio caminho... Estamos indecisos...
ResponderEliminarInteressante...
Beijos e abraços
Marta
Nostálgico mas bonito.
ResponderEliminarBj. :))
~~~
ResponderEliminarUm poema profundo que gostei de apreciar.
Beijo, Poeta amigo.
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os rios têm razão. hão-de chegar à Foz.
ResponderEliminarum poema a "doer" no osso.
e que (com outros publicados e a escrever) fazem de ti o poeta que admiramos.
abraço fraterno, meu caro Eufrázio.
Beleza de contrastes mais que inspirados.
ResponderEliminarCadinho RoCo
Quem sabe se sonâmbulos, os rios,
ResponderEliminardespertam da letargia que os conforma?
É que há pedras que faíscam lume novo.
O Poeta assume a missão das palavras eloquentes,
como destino.
Abraço
E é tão pouco, um pouco tão pertinho, bastando um dedo para o tocar. Mas parece demasiado, parece inatingivel, inatingivel um gesto, um sorriso, uma mão estendida; pouco, muito pouco para mudar o dia, nosso e dos outros;e era bom que entrassemos no barco sempre de olhos bem abertos, admirando a beleza das águas, as flores, as abelhas, tirando assim o peso do coração e enchendo-o com a essência de todos os encantos que encontramos nas margens deste rio que é a vida. E sonâmbulos é o que parecemos tantas vezes, amigos.Beijinhos e tudode bom.Gostei muito!
ResponderEliminarEmilia
ResponderEliminarE enquanto o rio dorme, o poeta desenvolve oceanos.
Lindo demais, parabéns!
É tão pouco para garimpar os tesouros que a vida esconde... Basta o equilíbrio... E onde ele se esconde?
ResponderEliminarUm poema de navegação das palavras
ResponderEliminarna excelência e beleza expressadas!
Intenso.
ResponderEliminarAtitudes que salvam a alma.
Beijos
Um poema que nos abre os olhos.
ResponderEliminarBeijinho
será que os sonâmbulos sonham?
ResponderEliminarum abraço
O poeta tacteia, em busca de respostas, enquanto se orgulha de cada passo dado...
ResponderEliminarSempre bem, Eufrázio.
Abraço
Acho que o que escasseia um pouco em todos nós, é a força de continuar procurando espaços abertos, é sentirmo-nos cada dia mais inseguros e descrentes, é não se saber como abandonar o peso que tomou conta do corpo cansado, nesta navegação feita de migalhas de pão...
ResponderEliminarCaminha-se sobre a água como se fomos sonâmbulos acordados.
É mau, muito mau, mas o caminho é sempre em frente.
Um abraço, Poeta.
Muito lindo!
ResponderEliminarAbraço
Como "sonâmbulos de olhos abertos" seguimos na busca de migalhas incertas.
ResponderEliminarMagnífico como sempre.
Beijinhos,
Ailime
Excelente construção poética!
ResponderEliminarÉ tanto o que dizes em cada verso!
:) :)