A remar águas e ventos
numa orgia de rotas
e salivas sem destino à vista
encontrei na margem
uma pedra
com vida por dentro
exilada no espelho do rio
a amanhecer
no ressoar das marés
juntei-me ao seu corpo
convergi na paisagem
subscrevi-lhe as pausas
os improvisos
e ali mesmo descontruímos
a recusa dos impossíveis
aprendemos que nada
é completamente inútil
muito menos a magia do tempo
que transportamos
portas abertas
janelas escancaradas
por onde inevitável
circula o pó
e tudo se move
até os velhos pássaros refulgentes
que libertámos dos lábios
em pleno voo (e)ternos
num barco de remar
Eufrázio Filipe
"CHÃO DE CLARIDADES"
...e tudo se move
ResponderEliminarAssim se celebram heroicidades
ResponderEliminarnas páginas imaculadas
do poema - amor
Com remos sem rima
sem simetria de gestos
desde o cabelo até à unha
encarnada do hallux
Tudo é poema
Parabéns, Poeta.
Se pensarmos que não conseguimos, ficamos parados no tempo e o tempo escapa-se...
ResponderEliminarImprovisa-se, recomeça-se, mas isso é viver...
Livremente....
Lindo..
Beijos e abraços
Marta
"nada é completamente inútil
ResponderEliminarmuito menos a magia do tempo"
Que o digam esses pássaros libertos dos lábios que reinventam o voo e amam as marés como só os barcos sabem...
Um beijo, meu Amigo.
Gostei do poema e da imagem escolhida.
ResponderEliminarBj.:))
E a vida sempre nos oferece portas e janelas
ResponderEliminarhá de se ver além...
~ ~ ~
ResponderEliminarMuito belo Poeta, muito belo!
Beijo.
~~~
~
Como amar uma pedra no leito do rio.
ResponderEliminarAbraço fraterno Poeta
Tudo se move e sempre moverá!
ResponderEliminarBeijo amigo
Nada é inútil na liberdade de amar.
ResponderEliminarMuito belo o poema.
Bjs
Ailime
em "chão de claridades"...
ResponderEliminaruma pedra com vida dentro - assim os Poetas
abraço
tudo se move...até os remos do barco
ResponderEliminarmuito belo, muito belo.
bom fim de semana.
:)
Muito bonito
ResponderEliminarViver é sempre construção :)
bom fim de semana
ResponderEliminarSe não há impossíveis e as pedras têm vida poderemos então, com toda a propriedade, soltar pássaros dos lábios e fazê-los voar num canto à liberdade.
Um "Chão de Claridades" que nos ilumina o caminho.
Obrigada, Eufrázio Felipe.
Abraço
Olinda
eu diria, nesse barco de voar
ResponderEliminarEm tudo há um pulsar.
ResponderEliminarCaptá-lo poeticamente e deste modo, só os eleitos!
Bjo, Filipe :)