Na mais dura pedra
navegam sargaços de cristal
água possuída de viagens
que o sol lambe
na mais dura pedra
um barco com gestos a dardejar
desperta
como no princípio da fala
matéria cinzelada
sinal infatigável de vida
que nos trespassa de claridades
uma fenda esparsa
por onde corre o meu rio
Eufrázio Filipe
É da matéria trabalhada que a obra surge para espantar-nos com a renovação do belo. É com este poema que o rio-poeta alarga, inunda e fecunda as margens, com a nata que dá vida.
ResponderEliminarPerfeito!
Na dureza da pedra a erosão das tuas palavras liquidas, abre passagem ao rio do poema.
ResponderEliminarAbraço fraterno
ResponderEliminarUma passagem estreita que retempera as emoções e os sentires da alma.Lembra viagens em mares alterosos de rumos tracejados de suor e lágrimas.
Belo poema, caro Eufrázio.
Abraço
Olinda
╰✿づ
ResponderEliminarPuro lirismo!...
Bom fim de semana!
Beijinhos.
╰╮✿
✿✿ه° ·.
A pedra é sempre moldável, mais não seja na palavra.
ResponderEliminarpoema luminoso - como fagulha de fogo por cima da água.
ResponderEliminarlampejo de génio!
abraço, Poeta
Um rio que flui refletido de
ResponderEliminarpoesia,inspirado e inspirando
claridades...
Belíssimo!!
Bj.
A água abre fissuras nas pedras mais duras :)
ResponderEliminar~ ~
ResponderEliminar~~ Um rio forte e valoroso
~~ que na mais dura pedra
~~ construiu o seu estilo
~~ de liberdade do verbo e
~~ de criatividade poética.
~~~~~ Beijo.~~~~~~~~~~
~~~~~~~~~~~~~~~~~
Na fenda a vida denuncia nascente.
ResponderEliminarCadinho RoCo
Eu já estava vivida quando vi pela primeira vez um "olho d'água". Era uma nascente numa reserva indígena. O xamã que nos guiava ensinava como protegê_la. Era uma pequena fenda, viva e borbulhante. Havia uma energia poética e fecunda num raio de mais de um quilômetro de área. Dali, quem sabe se emergirá um rio para os poetas navegantes? Eu não pude esquecer a natureza daquela nascente ! Lindo poema. Um beijo.
ResponderEliminarNa mais dura pedra surgiu a fenda do poema como um rio...
ResponderEliminarMuito bom!
Beijo, amigo.
E por entre fendas, correm rios de mágoas!
ResponderEliminarUm abraço, Poeta!
Por mais estreito que seja o leito, o rio resiste.
ResponderEliminarBeijos, MA. :)
Teu rio corre, no fundo,
ResponderEliminarEntre fragas e montanhas.
É um fio, neste mundo,
Modelado das entranhas.
Abraços
SOL
Gostei mais deste poema. Talvez seja da musicalidade.:))
ResponderEliminarNa mais dura pedra a vida!
ResponderEliminarA beleza dum poema a partir duma fenda na pedra...
abç amg
Um rio: vida
ResponderEliminarAs pedras: as do caminho da vida
Um barco: as viagens de vida
E neste excelente poema nasce vida, como um rio...
Bjo, Filipe :)