republicado
Todas as fendas da água
dão guarida ao movimento e se desnudam
enquanto a pedra partilha os seus esconderijos
na respiração do azul
onde os peixes se eternizam
partem anémonas para os silos dos sonhos
mas só algumas pautas musicais
quebram o ritmo das marés
quando as mãos se tocam
para atear fogueiras dentro de nós
todas as fendas da água
levedadas
entoam hinos
e se transformam na síntese de outros cânticos
só assim se explica como é possível
amar uma pedra
Eufrázio Filipe
Deve ser a coisa mais difícil do mundo. Desligar os sentimentos e emoções não é nada saudável mas as vezes necessário!...
ResponderEliminarAbraçO
Olá, Filipe!
ResponderEliminarE que "pedra"! O reboliço da sua vontade perdeu-se na fenda, aqui fechada, na boca imaculada e serena desta "pedra".
Amar, escrever assim, não é "pedrada", é sensibilidade, talento e engenho.
A temática poética, aqui, tem sempre a ver com o mar e seus "afluentes" e "subafluentes", mas há quem não consiga passar sem ele.
Um dia destes, tenho de colocar no meu blogue, um "pedro", assim, mas sem mar, ou seja, bem interior, e não rochedo, mas algo moldável à minha inspiração.
Bom domingo!
Com 90 anos a minha mãe
ResponderEliminarnão admite ser discriminada?!
um abraço discriminado
Afagar a rocha
ResponderEliminarlançar um seixo
amar a pedra
tal como nos versos do poeta
~~
ResponderEliminar~~ Sem qualquer interpretação...
~~ Supremo! Sensual! Belíssimo!
Que as musas te acompanhem, Poeta!
~~~~~~~~ Beijo. ~~~~~~~~
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
~~
ResponderEliminar~~ Muitos parabéns pela sua querida mãe nonagenária.
~~ Que tenha sido um dia muito amoroso,terno e feliz.
~~~~~~ Abraço. ~~~~~~
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Até as pedras são necessárias.
ResponderEliminarLindo!
Beijinho.
Tudo é amável na boca de um poeta. Um poema maravilhosamente lírico. Um beijo.
ResponderEliminar
ResponderEliminarNa síntese dos cânticos, o Canto, sempre entoado a azul-mar.
Bonito!
Que todos tivessem a capacidade de amar...
ResponderEliminarAbraço
Só aos poetas, é permitido amar as pedras...
ResponderEliminarFabuloso como sempre Poeta!!
Abraço amigo
As pedras hão de parir.
ResponderEliminarForam fecundadas
com ideias do devir.
Há pedras e pedras.
ResponderEliminar:)
Li e arrepiei-me.
ResponderEliminarBelo poema.
Abraço.
"só algumas pautas musicais
ResponderEliminarquebram o ritmo das marés
quando as mãos se tocam
para atear fogueiras dentro de nós"
Tão belo, amigo.
Um beijo.
シ
ResponderEliminarÉ lindo!
Ótima semana!
Beijinhos.
╰✿づ
há pedras parideiras, como bem sabes...
ResponderEliminargrávidas de Vida.
abraço, Poeta
Um dos seus poemas mais belos e originais. Parabéns!
ResponderEliminarbeijinho
Fê
Poema soberbo, Amigo.
ResponderEliminarAmar, é sempre ter Amor, mesmo que seja dirigido a uma pedra.
Parabéns.
Abraços
SOL
Quem como os poetas sabe amar as pedras no intervalo das águas?
ResponderEliminarAbraço meu irmão poeta
As pedras e a água e o caminho que se faz lavrado, entre elas.
ResponderEliminarGostei muito!
Um poeta é capaz de amar qualquer coisa.
ResponderEliminarLindo!
Beijo, MA. :)
Eu sei que se pode amar as pedras. O porquê não sei...
ResponderEliminarEm criança,tinha um especial encanto em procurar jogos entre as águas cristalinas do meu rio. Tenho comigo pedras que trouxe de muitos lugares...
Mas falar de amor a uma pedra num poema e desta forma sublime, só tu amigo!
"todas as fendas da água
levedadas
entoam hinos
e se transformam na síntese de outros cânticos" - e como são belos!
Bjo, Filipe :)