Há um sulco invisível na água
onde viajo
e me transformo
talvez por isso
não faça sentido atear velas
queimar incensos
mexer nos ponteiros do relógio
inventar um barco e partir
folha ante-folha
talvez faça sentido
desbravar fronteiras
repartir afectos gorjeios e migalhas
no púlpito das cerejeiras
Eufrázio Filipe
Quero viajar nesta agua e me transformar...
ResponderEliminarfazem muito mais sentido, as cerejeiras
ResponderEliminarFaz todo o sentido.
ResponderEliminarUm beijinho
Fê
Muito bom poder ler-te, absorver a beleza de tão grandiosos poemas! Sente-se na alma o momento bonito em que adentraste o terreno da poesia para de lá extrair versos tão contundentes, tão criativos e eternamente profundos, como estes que culminam este admirável poema:
ResponderEliminar"talvez faça sentido
desbravar fronteiras
repartir afectos gorjeios e migalhas
no púlpito das cerejeiras"
Nos sorrisos, meu amigo, deixo-te estrelas,
Helena
E já que estamos no tempo delas...
ResponderEliminarAbracinho :)
~~~
ResponderEliminar~~ Sinto que faz o melhor sentido, Poeta...
~~ Deliciosamente belo este canto de pássaro livre,
~ que celebra a amizade em cúpulas de cerejeira...
~~~~ Alegres e felizes dias primaveris. Beijo.~~~~
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
É, talvez...
ResponderEliminarEu opto pelas cerejeiras.
ResponderEliminarAbraço amigo.
Irene Alves
Muito bonito.
ResponderEliminarBoa noite. :))
Sempre profundos e enigmáticos estes poemas! mas, é uma delicia ler.
Bjs
ResponderEliminarHá sempre por aqui:
um rio que corre por um interstício; um fio invisível de água; fendas que escorrem água que, por sua vez, descobre a pedra filosofal que se pode amar; marés e mareantes que velejam ao vento; ondas alterosas que bordejam a vida numa escarpa; e...pássaros! Tantos, tantos!
É por isso que me sinto em casa e que tudo, tudo faz todo o sentido!
Abraço
Olinda
Mas há sulcos visíveis que nos falam de poemas invisíveis, que apenas se saboreiam.
ResponderEliminarAbraço poeta
que o tempo das cerejeiras é tempo de semear partilhas!
ResponderEliminargrande, enorme talento poético o teu - de uma forma tão "singela" vai tão longe...
abraço, meu caro Eufrázio.
Muito bonito.
ResponderEliminarBom domingo. :)
Nas cerejeiras tudo faz sentido...
ResponderEliminarUm beijo.
sinto que sim que faz sentido
ResponderEliminare que nas cerejeiras
também exista um pássaro em seu canto
bom domingo
beijo
:)
Belíssimo. Amei.
ResponderEliminarBeijos!
Tudo faz sentido na transparência da água.
ResponderEliminarCadinho RoCo
Gostei do poema, curto, mas com enorme intensidade, oculta no sentido quase invisível das palavras!
ResponderEliminarRepartamos afectos, desbravemos florestas e fronteiras, se preciso for!
Esqueçamos as migalhas...e deixemos que os pássaros debiquem as cerejas e nos encantem com os seus belos gorjeios...
É tempo de renascer, Poeta!
Beijinhos.
ResponderEliminarÉ tempo de repartir, sempre, quaisquer que sejam as cerejeiras.
Abraço.
No púlpito das cerejeiras
ResponderEliminaro que importa é ir-se
ao ofício das vermelhas:
dependurá-las nas orelhas.
Trincai-as e vede o sumo
que delas se despende:
com o poeta se aprende!
Partilhar afectos faz sempre sentido.
ResponderEliminarBeijos, MA. :)
Há um mundo dentro de nós. Vale a pena fazer viagens para dentro e devolver para fora os frutos que nele fermentaram.
ResponderEliminarSempre um "prato gourmet" ler(te).
Bjo, Filipe :)
Magnifico poema!
ResponderEliminarFaz todo o sentido desbravar as fronteiras das sombras que nos cerceiam.
Bjs
Ailime