sábado, 14 de junho de 2014

SILENTE O CHÃO SE ALEVANTA







Quando eras um rio
a rasgar caminhos vertiginosos
e as escarpas seguiam
imaculadas os teus olhos
os peixes ficavam encarnados
na tua boca
nidificavam entre margens
enleados

quando a sombra das pontes
nem sequer eram fronteiras
e eu disse que os rios viajam
do ventre até à foz
tu sabias que só o mar
os acolhe

quando eras um rio
eu dava os primeiros passos
na água

a desconstruir muros
silente o chão
se alevanta


 

27 comentários:

  1. Versos de água
    onde nada se dilui
    e tudo emerge

    até o chão, meu irmão
    até o chão

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  2. As fronteiras das sombras, impotentes para travar o rio das palavras...

    Tão belo, Eufrázio...

    Bom fim de semana :)

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  3. O silêncio será quebrado por um grito que acordará o mundo.

    Abraço,

    mário

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  4. Sempre as metáfora "líquidas" para falar de amor - muito fecundas!

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  5. Meu querido Mar, o Arável, a rtua visita abençou o meu Mar à Vista com o 50 000 (enésimo) clique.

    Sabor de sal, sabor de mar, sabor a rio, sabor a vida.

    Abracinho :)

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  6. ... ah, quando o "silente chão se alevanta"! No mínimo, ecoam belos poemas assim!
    Abraço

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  7. A eterna mistura das águas...

    Beijinhos Marianos, MA! :)

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  8. E foi num rio de metáforas que deste voz a um amor que não tem fronteiras e à beleza encantatória da amada...
    Bjo, Mar :)

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  9. Grande poema!
    Liquido e límpido como um chão de água.

    Abraço Irmão

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  10. ~
    ~ ~ "Quando eras um rio..."

    ~ ~ ~ Eu, o MAR ARÁVEL...

    ~ ~ Refrescantes imagens e perturbadores sentidos e nuances...

    ~ ~ ~ ~ ~ B e l o! ~ ~ ~ ~

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  11. Este rio rasgado por suas palavras é de beleza indescritível . Obrigada por partilhar . Beijos

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  12. Este teu poema é de uma beleza

    avassaladora...

    Daqueles poemas que pousam

    nos olhos a ficar (eternizar)...

    Adorei!!

    Bj

    Ps:A imagem é perfeita (linda)

    para o poema...

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  13. Apesar dos muros que teimam em erguer, apesar da areia de simulações ruidosas,as águas são um rio que avança.

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  14. E o rio jorra, escava, derruba. Liberta-se...das sombras...
    Lindo...
    Beijos e abraços
    Marta

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  15. um Mar Arável onde a voz se levanta como chão líquido a rasgar caminhos - do ventre a foz...

    abraço, Poeta, meu irmão

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  16. Poema muito bem casado com a tela. Foi esta que inspirou o poeta?
    Boa noite. :))

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  17. A sua poesia é um mar de caminhos navegáveis tão libertos que chego a ficar sem ar.

    Encantador, como sempre.

    Beijinho.

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  18. "quando eras um rio
    eu dava os primeiros passos
    na água"

    So sei que achei isso lindo...

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  19. De um tempo a liquidificar memórias para salvação das mãos.

    Beijo

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  20. Versos líquidos, a correr pelas veredas dos rios que chegam ao mar...ou das veias que chegam ao coração...

    Beijo, poeta.
    Genny

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  21. Um rio tão límpido como a poesia que fazes...
    Beijo.

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  22. para voltar a construir, não muros, mas e apenas trilhos inundados de azul...

    :)

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  23. O mar, sempre tão generoso,receptáculo dos nossos sonhos, diluindo as nossas fronteiras.

    Abraço

    Olinda

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