sexta-feira, 20 de junho de 2014

O FULGOR DO PORVIR







Nem o mar sabia
entardecer
numa folha de papel

esculpir em síntese
a tua nudez

nem o mar sabia responder
a tanto azul
nem eu sabia que tardavas
mas chegavas
chegavas chegavas
nunca mais acabavas de chegar
a tempo de plantar
uma árvore
que se desnudasse
folha a folha

nem tu sabias senhora
neste deserto
a sede do entardecer

o fulgor do porvir



 

28 comentários:

  1. Este poema chegou

    chegou-me bem ao fundo. Belíssimo!

    Beijo

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  2. Para começar o meu dia, a leitura de ti.

    Bom fim de semana e de cães á solta... Mas por aí. :)

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  3. ~
    ~ ~ Sedes ardentes que urgem. ~ ~

    ~ ~ ~ ~ ~ Belo e intenso. ~ ~ ~ ~ ~

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  4. Quanto mais tempo demora a chegar, maior é o seu fascínio.

    Abraç

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  5. Na espera, a imaginação ferve, assim como a antecipação da sensação plena de um querer total, nu...
    Aprecio a tua arte poética, Mar.
    Bjo :)

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  6. As palavras se desnudam, nestes versos em que a força das imagens resvalam pelos impulsos dos sentidos...as palavras são leves e fluem, porém, abrasam, ao calor dos sentimentos...
    Feliz poética...
    Genny

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  7. Em cada mar, há sempre uma sereia para desnudar.
    Belo poema.
    Abraço.

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  8. "nem eu sabia que tardavas
    mas chegavas
    chegavas chegavas
    nunca mais acabavas de chegar"

    Achei lindo esse chegar...

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  9. É difícil entardecer as coisas no papel...faltam palavras e, outras vezes, sobram... Mas tu conseguiste juntá-las neste belo poema.
    Beijo
    Graça

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  10. Boa tarde,
    Chegar a nudez numa folha de papel ao entardecer, é uma criação fantástica.
    Abraço
    AG
    http://momentosagomes-ag.blogspot.pt/

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  11. E de letra em letra, ou de verso em verso, desfez-se o pudor, e a escrita poética revelou-se à natureza da Arte.


    Bom fim de semana.

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  12. Olá, Mar Aravel


    Tudo de bom, para você.
    E os meus desejos de um fim de semana, excelente.
    Que a luz do Sol, aqueça os seus sonhos, e que o Criador, abençoe, os seus desejos, para que eles despertem e se concretizem.
    Desejos meus, de Saúde sempre e Paz.
    Abraços.

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  13. No fulgor das palavras que rebentam nas ondas do mar. Bom fim de semana! :)

    Kiss

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  14. ... "era a tarde mais longa/ de todas as tardes" - que acontecia, tardando!...

    latejante a ansiedade do Poeta - e sua sede!

    belíssimo teu poema, Poeta maior e meu irmão.

    forte abraço

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  15. Já tinha saudades de vir ao seu
    blogue. 5 semanas de ausência
    e retorno lentamente a visitar
    os amigos.Como sempre excelente
    poesia aqui me espera.
    Desejo que esteja bem.
    Bj.
    Irene Alves

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  16. Muito bonito . " Nem o mar sabia responder a tanto azul . " Perfeito . Gostei . Beijos

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  17. Mar Arável,
    Belíssimo este porvir.
    Boa noite!:))

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  18. Em síntese, Mar Arável,
    um esplendoroso fulgor!
    todo o mar não chega
    para conter o encanto
    daquele azul a crescer.

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  19. Por aqui se vê que o mar não sabe tudo...falta-lhe conhecer as voltas das suas metáforas que conseguem envolver-nos e aspirar a mais azul ainda.

    Abraço

    Olinda

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  20. De uma beleza ímpar cada um destes textos que acabei de ler. Perdõe a ausencia, motivos de saúde...

    Fraterno abraço

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