Publicado no meu "Chão de Claridades"
Não sei quem és
mas pelos gestos vieste por bem
rasgar o vento com as mãos
a neve dos meus cabelos
e eu cansado de florestas apócrifas
das palavras em bando
comecei a plantar árvores
vi os pássaros regressarem
em acordes
a luz das noites que não dormem
na partilha de horizontes
o amor é revolucionário
voa nos mastros mais altos
garatuja búzios de sons
intervém por causas
muito para lá das utopias
e se levanta resiste
ao pôr do sol
mesmo que os barcos entristecidos
estilhacem
nos espelhos da água
algumas pedras com vida por dentro
registo por um instante
o ar que se move
pinto com a boca
na tua boca
uma flor vermelha
nas paredes do cais
Quando o amor chega a vida fica com mais côr e a nossa alma leve e solta.
ResponderEliminarBelissimo poema.
Beijinhos
Maria
Tenho esta página
ResponderEliminare as outras todas
Falta-me que me digas
(e escrevas)
na página em branco
palavras-pedra
com vida por dentro
Estás com uma dívida
de escrita e este belo poema
lembra-o
Quando alguém consegue rasgar o vento com as mãos,todo o amor deixa de ser possibilidade para ser certeza, deixa de ser potência para ser acto.
ResponderEliminarUm poema belíssimo!
xx
Tudo morre menos o sonho, nem que seja utopia.
ResponderEliminar~
ResponderEliminar~ Uma linguagem poética coerente, harmoniosa e perfeita.
~ Congratulações por este admirável poema. ~
~ ~ ~ Uma semana aprazível. ~ ~ ~
"pinto com a boca
ResponderEliminarna tua boca
uma flor vermelha
nas paredes do cais"
Não podia terminar melhor este tão belo poema.
Beijo.
Uma paixão devastadora! Lindo!
ResponderEliminarTalvez fosse uma papoila, ou quem sabe uma rosa.
ResponderEliminarSim, talvez fosse uma rosa, pintada nas paredes do cais.
Magnífico!
Abraço!
Fabuloso poema! Que as flores renasçam no cais e inundem a cidade de cor.
ResponderEliminarBj Ailime
Pela primeira vez sinto dificuldade em encontrar as palavras que gostaria de dizer.
ResponderEliminarPoema belo de mais para ser disseminado com palavras que não lhe fariam jus!
Alguém que nos surge sem sabermos quem é, e com ela se partilham horizontes feitos de deliciosas utopias, só pode terminar num entendimento perfeito. Resta deixar a marca de uma flor vermelha, pintada boca com boca num registo breve, em qualquer parede de um qualquer Cais!
Um beijo amigável, ao som do marulhar das ondas.
Janita
O voo do amor é revolucionário
ResponderEliminarnuma beleza atemporal...
Sinto também esta beleza
atemporal na tua poesia.
Este "Chão de Claridades" é
imenso!
Belíssimo!
ResponderEliminarBjs
nunca é tarde para nada...
ResponderEliminarnem para o sonho!
:)
Talvez ainda haja...
ResponderEliminarbj
O vermelho da liberdade, na ousadia de um poetizar.
ResponderEliminarAbraço!
O amor é tanto ! E como bem falas dele !
ResponderEliminarSim, os pássaros vão regressando, e cantam mesmo na noite.
A foto ficou célebre e correu mundo. Eterna. Linda !
beijos
Estamos a aproximar-nos das pouco autênticas flores vermelhas... na lapela de alguns apócrifos que por S. Bento e Belém se vão lambendo!... Haja amor, o quanto baste, para rasgar ciclones e queimar os cravos secos que hão-de ser levados em cinzas pela brisa revolucionária dos inocentes!...
ResponderEliminarAbraço
Muito belo, teu poema!
ResponderEliminarGostei bastante do,
"pinto com a boca
na tua boca
uma flor vermelha
nas paredes do cais"
Continuação de bons escritos.
Absolutamente belo...
ResponderEliminarque dizer-te deste poema que tu não saibas?
ResponderEliminarapenas posso comentar com palavras já ditas: "não andasse o mainstream cultural tão alienado, os tempos fossem mais claros e luminosos e a poesia fosse alimento, como devia, e o Eufrázio Filipe teria o merecido reconhecimento na literatura portuguesa, como um dos mais notáveis e inspirados poetas contemporâneos"
abraço fraterno
Fantástico...
ResponderEliminarFeliz Primavera em todos os dias.
Abraço
Basta a árvore, o regresso dos pássaros.
ResponderEliminarA flor vermelha não é acessória, é fundamental.
"registo por um instante
ResponderEliminaro ar que se move"
E este,
singular,
tomada por teus versos!
Abraço, poeta!
São palavras que cantam e enchem a alma.
ResponderEliminarBelo
abraço
A delicadeza do tema, e a boca, finalmente beijo, gravada na memória dos afetos.
ResponderEliminarBom fim de semana.
Hoje no Dia Mundial da Poesia
ResponderEliminarnão podia deixar de vir aqui.
O amigo é um poeta que muito
aprecio.
Sem poesia a vida seria muito
menos sensível.
Bj.
Irene Alves
ResponderEliminarUma revoada de pássaros nas transparências da luz desse seu chão de claridades, agitando as consciências. E o amor, sim, é revolucionário.
Abraço.
P.S. Acho que vou levar uma das suas 'Romãs'. Tinha dito que não saberia qual escolher, mas vou ter que arriscar. Se mo permitir, claro...
:)
:))
ResponderEliminarBoa noite de poesia, uma vez que é o dia mundial da mesma. Aqui todos os dias são poesia.
Parabéns.:))
Belíssimo! é Primavera tempo de paixões...
ResponderEliminarBjs
.
ResponderEliminar.
. tanto ar .
. neste porto de abrigo .
.
.
Meus caros
ResponderEliminarTodos somos poetas
alguns tentam escrever
ousam
e assim na verdade não é poeta quem quer
como se vê
Boa tarde, Mar. Quando o amor acontece e sentimos que nos faz bem, nada melhor do que deixarmos tudo fluir do modo mais simples e natural possível!
ResponderEliminarRecriamos sentimentos, ações, moldamos no imaginário sensações de prazer, que acabam fazendo parte de um só corpo, uma alma apenas!
Parabéns!
Tenha um fim de semana de paz!
Beijos na alma!
Um belíssimo poema que não é uma utopia, basta querer, basta sonhar!
ResponderEliminarbeijinho
Os marinheiros colhem
ResponderEliminarrosas vermelhas, ávidas
no cais por amor.
um outro, eu, não resiste
ao apelo que vem do azul:
num frágil bote sulca já
as águas do mar, arável.
Sim, o cansaço pode ser uma arma para a inércia. Contudo, quando na alma a matriz é de luta, então o cansaço torna-se armadura. Que volte a resistência e se pinte de novo vermelha...
ResponderEliminarBjo :)
Quanta claridade no cais!
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