quarta-feira, 12 de março de 2014

A MINHA JANELA








Subi todos os degraus
do teu olhar
só para te ver
na escarpa

enquanto subia
o teu olhar derramava-se
no meu chão

quando cheguei
ao mastro mais alto
onde só o vento
e algumas aves se atrevem
descobri um secreto rumor
a maresias

na verdade o teu olhar
rasgado por sobre o rio
era a minha janela

desmoronados os acessos
por lá ficámos a respirar
o silvo dos barcos

e as sombras


 

26 comentários:

  1. Respirar as sombras
    é adivinhar a luz.

    Belíssimo!
    Deixo um beijo.

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  2. Admiremos o rio e respiremos enquanto isso não paga imposto!
    Abraço

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  3. Ver o que só é visível a partir de "a minha janela"

    Beijinho

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  4. Na verdade, o olhar/amar tudo pode. E as janelas abrem sobre o infinito...
    Poema muito rico literariamente.
    Bjo "Mar Arável" :)

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  5. Gosto de ir onde, "só algumas aves se atrevem".

    Abraço,

    mário

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  6. Gosto desse mastro, alto alto mais perto do céu onde não há muros!

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  7. Uma janela inspiradora,

    cujo o olhar do poeta

    reflete o olhar da musa,

    num sentir que eterniza...

    Belíssimo!!!

    Bj.

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  8. Bela essa janela virada para o rio e não para o mar.
    E as escarpas? De onde vinha o rumor misterioso e o sabor a maresia? Dos olhos dela?

    Gostaria de, um dia, ser uma janela!

    Um beijo!

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  9. Cem anos de bruma nos olhos
    Venham devagar ver, ouvir o poeta
    No suor do sonho, ouço vozes num cântico azul
    Garça, gaivota, pássaro voando a sul

    Luminoso fim de semana

    Terno abraço

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  10. Que lindoooooooo!

    Tão bem traduzido em verso o que muitas vezes é indizível, mas os poetas descobrem um cantar único nas palavras...

    Beijos

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  11. Quantas vezes o nosso olhar divaga

    Através dos olhar do Outro!

    Graças por o encontrar!

    Maria luísa

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  12. ascese do rumor - até ao pináculo das maresias...

    abraço, meu caro Poeta.

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  13. Belíssimo poema! A luz votará a rasgar as sombras e a iluminar os olhares. Bj Ailime

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  14. Se existem as sombras é porque existem os corpos...


    :)

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  15. Neste olhar desejamos subir a escarpa poética.
    Beijo.

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