segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

QUE FIZESTE DAS NOSSAS FLORES?


 
 
                                                                             Imagem de Mário Nagamura
                                                   Texto publicado em 2008



As árvores viajam
na sombra do verde
um sussurro de folhas
e tu foges dos ramos

amanheces tão distante
que nem os meus olhos
descobrem os teus gestos

As árvores viajam
onde acontece a cor do fruto
no chão
e os pássaros sem amos
deixam que a sombra
se rebente

Meu povo
que fizeste das nossas flores?


 

30 comentários:


  1. Lindo! Ainda que das flores, restem poucas pétalas.


    Um beijo

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  2. Excelente, amigo. As flores vão sendo regadas por alguns que acreditam que elas nunca morrerão...
    Um beijo.

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  3. O povo deixou as bestas comerem as flores!
    Abraço

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  4. O Povo não sabe das flores. Quando a Primavera tarda só desencanto floresce.
    É preciso continuar a falar de flores.

    Abraço

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  5. "Meu povo" sê como os pássaros, "sem amos".

    Abraço,

    mário

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  6. É preciso voltar a semear
    (flores e encanto, com bravura)

    Bjs

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  7. Magnífico poema!
    "Meu povo que fizeste das nossas flores"?!
    Emocionei-me, porque as vi in loco e ao rubro e agora onde estão? Beijinhos, Ailime

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  8. Parece que já vai bem distante o tempo das flores, e muita gente continua a não querer seguir o exemplo dos pássaros. Continua a aceitar amos.
    Belo poema!
    xx

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  9. Meu povo, que te fizeram?
    Quem te roubou o voo, o apaziguamento da árvore?
    Quem te roubou o chão e o pão?
    Meu povo quem te cobriu de falsas flores?
    Meu povo, ai meu povo!

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  10. És o poeta das belas metáforas,

    por isso os teus poemas nos

    levam a várias leituras.

    A minha leitura percorreu pelo

    alerta sobre ao zelar a

    querida natureza em

    tão bela harmonia...

    E bela também a imagem escolhida.

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  11. Não sei, mas de certo mesmo é que 6 anos depois as perguntas continuam as mesmas.

    Beijo.

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  12. Será que precisou de "as" comer? Belo, como sempre.

    Abracinho :)

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  13. Onde estão as árvores e as flores? Espero que voltem a florir e deitar belos ramos.
    Abraço

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  14. são de plástico as flores de hoje - as verdadeiras foram imoladas no altar do Espectáculo, que tudo devora...

    angustiante e pertinente pergunta, meu irmão.

    abraço, Poeta

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  15. As flores? Que é feito delas?

    Não foi o povo quem as desfolhou, mas todos aqueles em quem ele até agora confiou!

    O povo pode não ter que comer, mas espere chegar o 'Dia', que um dia foi de esperança, e elas - as flores - encherão a mesa da A.R. e todos irão repetir as velhas histórias, que fazem os pássaros levantar voo e desaparecer no horizonte. Cansados e desolados.

    Um beijo amigo poeta, sonhador!

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  16. Mar Arável

    Muito interessante este poema. Segue determinado caminho em que o verde parece a via mais indicada na senda do fruto e da voluntariedade dos nossos irmãos pássaros, residentes privilegiados deste sítio.

    Depois, de chofre, surge a pergunta inquietante:

    'Meu povo o que fizeste das nossas flores?'

    Na verdade, é de inquietação mental que devem ser feitos os nossos dias. Procurar incessantemente as nossas flores e mimá-las, tratar do nosso jardim e alimentá-lo com o fertilizante da nossa vontade, deveria ser o nosso lema.

    Abraço

    Olinda

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  17. Lembro-me de ler este poema tão belo e inquietante e relê-lo é como se fosse a primeira vez.
    Há textos que são pérolas de eternidade...e poetas que marcam os nossos dias.

    Beijos

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  18. Meu povo porque permitiste
    que elas fossem pisadas?
    Meu povo porque não te ergueste?
    Meu povo que calmaria é esta?
    Desejo que o amigo esteja bem.
    Bj.
    Irene Alves

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  19. Parabéns pela interrogação poética.
    Gostei.
    :))

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  20. Sem flores o mundo fica descolorido. Sem árvores não há sombra e o deserto floresce.
    E no deserto apenas se ouvem sussurros. As palavras ficam suplantadas na areia. Urgente restaurá-las...

    Bom poema.
    Bjo :)

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