domingo, 14 de julho de 2013

CANSADA DE SER PONTE




 
Por sobre um rio
muito aquém dos mares
cansada de pátrias amovíveis
projectas sombras
de todas as cores
 
no chão corrente das águas
despertas o voo mínimo
dos pássaros
e à vista das margens
adormeces em arco
 
cansada de ser ponte
 
 


28 comentários:

  1. Na limpidez das águas
    um poema feito de entendimentos.

    Muito belo!

    Boa semana, EF :)

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  2. Cansada de ser ponte fecha o círculo e repousa no chão das águas.
    Abraço

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  3. Uma ponte é sempre um elo de ligação indispensável...
    Abr
    J

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  4. Solidária com o cansaço da Ponte, deixo a minha vénia a este seu quase queixume.

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  5. Não é fácil unir margens!
    Quanto ao rio da nossa aldeia também gosto dele...o objectivo foi apenas recordar le 14 juillet! .-))

    Abraço

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  6. as pontes também servem para unir, para afastar, mas a ponte também se cansa
    bjs

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  7. sempre transição...nunca se pode dar ao luxo de viver a liberdade de escolher um dos lados, há sempre algo que a obriga a fincar os pés em dois lados contrários de forma a uni-los...isso deve cansar, muito!

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  8. Ás pontes cabe cumprir o seu destino: unir aquilo que o tempo tinha interrompido.

    Beijinho

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  9. a água corre acima do mais ténue e aguado rio. Do luzir da ponte o interior da boca cruza-se entre o costado de cem luas amovíveis. Sem luas que sonham. Sem nome. Sem nada. Hoje, sobre as asas silenciaram-se as coisas. Estoutras que aqui também sonham amovívelmente por uma carícia Chega o Verão e. das aves somente esta satisfação, já só, detentora das dores azuis. , De mim apenas esta certeza murmurando baixinho todas as cores dum mar arável.

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  10. Eu gosto delas, mas deve ser tedioso não ter escolhas.

    Beijo.

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  11. As palavras completam a beleza da imagem. Com a mesma intensidade. Abraços.

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  12. é mesmo, Eufrázio: ser ponte cansa. especialmente quando se olha e se vê o lodo (interminável) das águas...

    a sua poesia, essa, é sempre límpida, caro amigo

    abraço e boas férias, se for o caso
    Mel

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  13. As pontes são essenciais para o equilíbrio. Cansam-se e restauram-se mas nunca deixam de ser pontes.
    Beijinhos

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  14. Somos 'pontes _ e seu poema comprova esse elo entre nós_ homens e pássaros.
    mesmo cansados cumprimos o destino.
    Gosto muito também da arte de Monet,
    obrigada por projetar sombras cores e voos,
    um abraço

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  15. As pontes são elos de ligação imprescindíveis...mas nós(humanos) por vezes funcionamos como pontes e há momentos em que estamos fartos de o ser. Belo poema!
    Abraços.

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  16. cansada pode estar
    mas a ponte é necessária...

    sempre!

    um beijo Poeta!

    :)

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  17. Como diz os versos de outro poeta:
    ”Pobres pontes!
    penteiam os cabelos dos rios na seca
    sem beijar a pele das águas longínquas
    apenas sendo amantes das margens.”

    É isso, Eufrázio, quisera a ponte
    num sono onírico
    pudesse amover seu cansaço
    e beijar a pele das águas longínquas...
    Beijo,
    Genny

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  18. Muito bonito, com uma bela ilustração!
    "e à vista das margens
    adormeces em arco

    cansada de ser ponte"...

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  19. Talvez o cansaço da ponte seja o mote do voo do pássaro...

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