quarta-feira, 24 de julho de 2013

ÁGUAS DOCES



                                Foto de AUGUSTO CABRITA - Seixal



Entram devagar na Ponta dos Corvos
por janelas escancaradas
respiram fundo nos mouchões
nidificam com as aves

por instantes quedam-se
para os barcos escutarem timbres
no brilho florido das varandas
com sardinheiras
que se despem ao espelho

no remanso
quando a gaivota mais antiga
expressa sinais silvestres
respiram lentas
afagam margens
mostram o chão
que já foi de areias
e apanhadores de seixos

na bruma das pedras
plangentes moinhos de maré
registam os ciclos vertebrados
das águas doces


 

32 comentários:

  1. Quando as fontes da poesia desaguam no mar. É assim!
    Abraço

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  2. "Mostram o chão que já foi de areias e apanhadores de seixos".

    Abraço,

    mário

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  3. Muito bonito.
    (Ontem, veio ter comigo a sua poesia em livro.)

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  4. moinhos de marés
    ainda os há
    para os lados do seixal

    um poema a combinar muito bem com a foto...

    beijo de marés doces

    :)

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  5. A sua poesia é uma constante na
    vida...sempre muito boa...
    Bj.
    Irene Alves

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  6. Lindo poema onde o mar é a paixão das marés,em asas de gaivota.
    Beijos

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  7. Muito bonito, muita serenidade nestas águas doces.

    Abraço

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  8. o teu "universo poético" em todo o seu esplendor...

    belíssimo.

    abraço, meu caro Poeta

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  9. Belíssimo planar em barcos de bruma onde também as telhas são margens.
    Beijo

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  10. Olá Eufrázio,

    O voo da gaivota

    plainando sobre a realidade

    pousando nos espelhos das águas

    em doce poesia libertária...

    Poema muito belo!!

    Gostei do meu voo aqui...

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  11. Boa noite, foi um prazer ler o seu poema.
    Desta vez venho desejar Boas Férias.
    Também estive e estarei ao pé do mar. :))

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  12. Poética das águas e dos voos...moinhos de versos levam aos ventos os sentimentos dos rios e dos pássaros...
    Belo casamento entre imagem e palavras.

    Beijos,
    Genny

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  13. Águas doces...
    que adoçam a vida e servem de pretexto a esta bela poética.

    Abraço

    Olinda

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  14. A ancestralidade das pedras margeando as tantas águas doces das marés...

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  15. Este belo poema
    transporta-me
    para uma terra que amo
    amo
    seus cantos e recantos
    vertebrados e invertebrados
    a sua história
    (re)contada e cantada...
    amo
    aquela terra
    que também tu
    poeta
    amas de verdade

    princesa

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  16. Parabéns pelo post, um dos mais belos que nos ofereceste!

    Abraço grande

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  17. Agua dulce que todo lo limpía, que todo lo sana, las heridas del cuerpo y las heridas del alma.
    Muy bello.
    Cariños.
    mar

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  18. Muito bonito e belo esse teu poema,gostei bastante. Desejo tudo de bom para ti. http://pontodecruzdamafalda.blogspot.pt

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  19. Olá Mar!
    Logo para começar a foto é um abrir de cortina para essa bela neblina que paira no ar e se desvenda pelas janelas escancaradas...
    O poema todo ele se desdobra em magníficas e subtis imagem de espelhos de água...de gaivotas dolentes...de moinhos plangentes...
    Um abraço.
    M. Emília

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  20. Muito bonito! A sedução das águas, sempre! Muito bonito!

    Beijinho.

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  21. quisera asas para voar
    "por janelas escancaradas ... com sardinheiras...e apanhadores de seixos ... das águas doces"
    Isso é lindo Eufrázio
    _ onde e o que te inspiras?

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  22. Quando uma gaivota mais antiga vive coloridamente nos nos olhos do mar o sol não antevê a ruga acolhida na testa e queda-se na constância do ar ou dum qualquer lugar, assim mais adiante, quase sem barulho, ou até talvez , com um sinal silvestre à mistura afagando calorosamente seixos d’água doce..

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  23. "na bruma das pedras
    plangentes moinhos de maré
    registam os ciclos vertebrados
    das águas doces"


    Gosto de "mar arável"

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