quarta-feira, 12 de junho de 2013

ATÉ AO INICÍO DAS MÃOS



                                                         ( Reeditado)



Já tinham colhido as flores do jardim
mas tu cumprias um caminho
desaguavas como um rio
e eu não sabia que respiravas
à flor da pele
por todos os póros

Muito antes de me ajudares
a plantar uma árvore
procuraste a margem

Tão líquida por entre os dedos
construíste um corpo uníssono
contra todos os destinos

Encontrei-te com um simples toque
numa folha de papel
a vaguear no espelho das águas

dedos nos dedos
até ao início das mãos


 

28 comentários:

  1. das tuas coisas lindas!
    maravilhoso poema, Eufrázio.
    beijo.

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  2. A vaguear,como os sonhos,numa folha de papel.

    Abraço,
    mário

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  3. Ecos, transparência, a lucidez que sobra do sonho.


    Um beijo

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  4. Estou pobre - paupérrima... - de palavras, Mar Arável... só consigo dizer que gostei muito.

    Abraço!

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  5. Até ao início das mão: Cúmplices segredos.

    Abraço

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  6. *
    as minhas mãos
    Magras e brancas... Foram assim feitas...
    Mãos de enjeitada porque tu me enjeitas...
    Tão doces que elas são! Tão a meu gosto!
    ,
    in-florbela espanca,
    ,
    um mar
    de entrelaçadas mãos,
    deixo,
    *

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  7. cúmplices os dedos no percurso das mãos. à flor da pele...

    abraço, caro Poeta

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  8. lindo! um encontro e um entrelaçar muito bonitos!

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  9. Maravilhosamente lindo e vivo este poema.

    Beijos
    Branca

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  10. ...
    e assim nasce o poema que se inscreve na pele...
    Admiravelmente belo!

    Abraço!

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  11. ...o jogo intenso da semente e do seu nascer, como hera carícia num corpo sedento!
    Abraço!

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  12. (...)
    dedos nos dedos
    até ao início das mãos"

    ... e nesse toque à flor da pele nasce o mistério da poesia!

    Um abraço!

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  13. Há momentos na fundura das mãos. Há momentos que chegam e avançam. Outros, há, que às vezes, partem por uma linha recta. Deflagrados de água. O azul é a assunção das cores. A luz reflectida pelos corpos. As palavras cujos braços só saem a certa altura do solo. Muito antes de almejarem o sentir da hora. Muito antes de almejarem o sentir da orla. Muito antes de assorear o tempo que se dilui calado no Danúbio.

    Por fim sente-se o desenho em forma de árvore. sente-se os sais acima da pele. Sente-se o esportule dos tornozelos a dessoterrar o fundo na distância dum corpo só.

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  14. Lindo, magnífico poema! E assim se plantam as árvores que dão fruto. Beijinhos Ailime

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  15. Com um beijinho vim matar saudades..

    África



    África...
    Linda...
    Imensa...
    E mágica...
    África dos Leões...
    Dos elefantes...
    Das girafas...
    E do salalé...
    Do muito...
    E do pouco,,,
    Da magia,,,
    Da vida...
    Do amor...
    E da saudade...
    África...
    É tudo isto...
    África...
    É a imensidão...
    Do ir... Do amar...
    E do querer... Voltar!...

    LILI LARANJO

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  16. Nas mãos ... se calhar... guarda-se o sol.

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  17. Que a cumplicidade dure até ao fim do tempo!

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  18. Por entre os dedos pode acontecer uma revolução, e esta, a desaguar poemas nas tantas águas da emoção...

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  19. E o mar descoberto numa folha de papel...

    Bom fds, Eufrázio :)
    Beijo

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  20. "desaguavas como um rio
    e eu não sabia que respiravas
    à flor da pele"


    toda a construção está muito bela, como margens entre palavras...
    Gostei muito.

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