Quando a noite luz
ateio-me
num abraço de limos
escrevo em branco
onde se movem
sombras de pássaros
pétalas soltas
mares desgrenhados
na cadência do relógio de pêndulo
Pelas frinchas
oiço perfeitamente
o vento que faz
o uivo dos cães
o ranger das gáveas
o despontar em surdina
de novas flores no cais
Escrevo em branco
para não ficarem sem memória
as paredes da casa
E eis quem mais recolhe as lágrimas. As paredes de pedra.
ResponderEliminarbj
E naqueles pedras
ResponderEliminarescreveram-se vidas,
que mediam o tempo pelo sol
e regavam a terra com o suor.
Julgo que se julgavam ricos
na pobreza.
E Deus agradecia,
prometendo-lhes o céu.
Não podemos nomeá-los pelos nomes, porque a memória se perdeu.
Ficaram as pedras...
Muito bonito. :)
ResponderEliminarE escreves bem, porque as paredes merecem a tua Poesia.
ResponderEliminarAbraço
Ando a procurar
ResponderEliminarpor dentro
a cadência do pêndulo
no decifrar
da memória da pedras
Escreve sempre nesse branco
agora que aprendi a ler-te
Uma escrita que testemunha sempre o despontar de tanta emoção, nesse mar desgrenhadamente em movimento, trazendo e levando, luzes, pássaros e flores no cais da poesia!
ResponderEliminarLindíssimo poema, Eufrázio!
;))
As paredes da casa nunca ficam em branco...as pedras "falam"
ResponderEliminarAbraço
Lindo !
ResponderEliminarParedes de pedra contem muitas emoções e lágrimas que lavam as entradas,gostei muito amigo.
ResponderEliminarBeijinho e boa semana.
As pedras fascinam-me, prendem a minha atenção porque me lembram a História. Beijinhos
ResponderEliminarEscreves em branco para salvares a nossa memória colectiva.
ResponderEliminarÉ muito bom lê-lo, pois é um Poeta!
ResponderEliminarSó o título do blogue é de profundo sentido metafórico...
Eu entendi bem o seu último comentário...mas não se iluda comigo. Um artificialismo poético é um artificialismo poético. Assim, as pedras choram, têm memória e eu tenho «alma». Só isso meu amigo e a minha, se a tiver, é alentejana, resistente...
Beijinho
E como é belo escrever em branco para não ficar sem memórias nas paredes.
ResponderEliminarAbraço,
mário
Escrever no branco, deixa o testemunho mais vivo e inconfundível...
ResponderEliminarPalavras mágicas que nos deliciam...
Abraço!
pedras vivas. poesia plena.
ResponderEliminarabraço fraterno
Ah, se estas pedras deixassem de ser pedras, também soltariam uma lágrima!
ResponderEliminarBeijinho
ResponderEliminarDesembaraçar-se dos limos e deixar as emoções escorrerem pelas paredes da memória, das memórias...
Abraço
Olinda
Gostei da escrita em branco para não se perderem as memórias.
ResponderEliminarBeijinho. :)
Não há casa, não há pedra, não há espaço, não há recanto, não há objecto, não há... que não guarde memórias. Elas, as memórias, fazem parte integrante da vida.
ResponderEliminarÉ por saber(?!) isso que tão bem as descreve.
Abraço.
Memórias que jamais se apagarão, porque gravadas nas pedras. Bj Ailime
ResponderEliminarQuando se ergue uma casa colocando pedra sobre pedra, muitos são os segredos que nela ficam ciosamente guardados, década após década.
ResponderEliminarElas, as pedras, não falam, mas sentem e guardam memórias só suas onde se movem sombras de pássaros fugindo de mares revoltos.
Assim se preenche uma página em branco!
Beijo.
Adorei o texto, o último verso é perfeito...
ResponderEliminarAbçs
às vezes também gostava de escrever em branco..
ResponderEliminartb sei escrever em branco:
ResponderEliminarum abraço íris
O granito sempre será granito.Transformado em poesia leva a outras construções. A memória é uma faculdade profunda.
ResponderEliminarabraço,
Véu de Maya
Que final!
ResponderEliminarAdorei o "abraço dos limos"...
ResponderEliminarBeijinhos
Gosto! Gosto muito!!!
ResponderEliminarBom fim de semana, Eufrázio :)
E escrever sempre...
ResponderEliminarE que o vento leve as palavras
cada vez mais longe...
e que o Homem não se cale...
Bj.
Bom fim de semana.
Irene Alves
Arando o meu mar...de descontentamento!
ResponderEliminarbjs
as paredes das casa escondem estórias e nem sempre ficam na história...
ResponderEliminar:)
pedras vivas escorrendo emoções...
ResponderEliminar