terça-feira, 9 de outubro de 2012

SEM DONO NEM DESTINO





Trago à palavra
a queda de uma folha

Estava a vê-la
transportar desamores
à pergunta de um sopro
que a libertasse do galho da videira

Foi hoje
pé ante pé
no torpor do sono

Sem dono nem destino
simplesmente caíu
para alumiar o chão
onde se deita

 

31 comentários:

  1. Nossa! Maravilhoso poema!
    Amei, amei, amei...

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  2. Sem dono nem destino,no Outono,sem perder o caminho.

    Um abraço,
    mário

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  3. Klimt- Danae

    Simboliza o Amor Divino e a Transcendência.

    A princesa virgem que apenas podia ser fecundada por Zeus.
    A chuva de ouro = o desejo.
    Zeus entrou no claustro onde a sua amada se encontrava presa numa torre de bronze.

    A chuva fertiliza a Terra com gotas douradas.

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  4. Mar Arável,
    Muito belo este poema. Um dos mais bonitos que li sobre o Outono. Parabéns!:)
    Beijinho.

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  5. Olá,

    Belo este poema sobre o Outono das folhas caídas e dos desamores.....

    ...para alumiar o chão onde se deitam!

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  6. Vale a pena "trazer à palavra" tanto encanto, tanta luz, tanta música...

    Um beijo

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  7. É o destino de uma folha: alumiar o chão onde se deita. Tão bonito, Poeta.
    Beijo.

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  8. a folha

    são duas páginas, num tapete de sono


    um abraço

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  9. O ciclo das estações e o ciclo dos amores; cada qual com os seus humores ajudando-nos à conquista de dias felizes.
    Gostei do poema.
    Abraço.

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  10. poesia genuína. como o respirar de uma folha que tomba...

    belíssima.

    abraço, caríssimo Poeta.

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  11. A palavra continua a ser uma "arma" e aqui é sempre uma "arma" de luz.

    Beijos

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  12. Outono é uma das estações que mais sinto a beleza das folhas que outrora dava vida as arvores depois forra o chão para o crescimento da mesma arvore que tanto beleza deu com sua
    proporcionou dando o verde da esperança.
    Beijos no coração,Evanir.

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  13. A sua poesia é primavera em flor, fazendo desabrochar emoções.
    Lindo!
    beijinho

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  14. ..."sem dono "
    ...como deve ser a "palavra"...Livre!
    Deve "alumiar" as consciências ...despertá-las do "torpor do sono"!
    Excelente metáfora, brilhante poema!

    Minha admiração e privilégio ler-te!
    Bshell

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  15. Quando a poesia nos invade, assim senti este poema.

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  16. Delicado
    "insonoro"

    Feito silêncio

    Lindo, lindo!

    Abraço, poeta!

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  17. é de uma ternura impressionante essa tela de Klimt, mais ainda depois de ler o ensinamento de Annaé sobre o seu significado
    ... a as minhas palavras continuam em queda livre, já que a falésia é Enorme
    "à pergunta de um sopro"
    que poema tão lindo, Eufrázio
    beijo

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  18. Hoje
    naveguei num mar
    com dono e com destino
    À distância
    observei
    a última folha
    que
    silenciosamente
    se despredeu da videira
    Cheia de amor e ternura
    caiu
    no regaço
    do dono do mar
    e ali ficou
    até de manhã
    enquanto ele
    dava corpo
    a mais um belo poema

    saudades

    princesa

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  19. Um belo poema.
    Sao assim as folhas errantes neste Outono do nosso descontentamento.
    Abraco

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  20. Um maravilhoso poema, cheio de sentimentos.

    Parabens Mar Arável adorei

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  21. Quase conseguindo ouvir e ver a queda desta folha, iluminei o meu outono com palavras tão lindas!

    Empanturrei-me!

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