terça-feira, 16 de outubro de 2012

PRESOS A UM SOPRO DE VENTO






Na véspera dos relâmpagos
os pássaros são eternos
conforme os apeadeiros

renascem ao som da folhagem
oferecem o corpo inteiro
e o desejo

pestanejam vírgulas
lábios remos e passos
numa cadência de asas

Na véspera dos relâmpagos
o mar organiza outros azuis
utopias em movimento

amplas claridades

sem âncoras nem limites
como nós
presos a um sopro de vento



 

29 comentários:

  1. No dia em que cortarmos amarras
    os pássaros levantam vésperas
    e os limites serão a nossa utopia.


    Grande abraço pela excelência dos seus poemas.

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  2. Nas vésperas tudo é mais intenso.
    Poema maravilhoso.

    Beijo.

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  3. Belíssima imagem a acompanhar um poema lindo,serão as vírgulas,a folhagem,a provocar o maremoto que os levará trazendo a esperança.

    Um abraço,
    mário

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  4. E que tudo se ilumina com a claridade dos relâmpagos.

    Bonito!!

    Bjs

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  5. O Inverno pode ajudar-nos a levantar essas âncoras, a renovar a folhagem e a tingir o mar de outros tons!

    Mas os pássaros vão fugir, pela certa.....

    Abraço

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  6. Eles bem tentam, mas ainda bem que não conseguem amordaçar as utopias...

    Abraço

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  7. Mar Arável,
    A poesia pode ser tão forte na sua expressividade.
    O mar reunirá as forças necessárias.
    Parabéns pela intervenção poética.
    Beijinho.

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  8. amplas claridades - assim a pulsão das aves (e dos homens). livres...

    abraço, meu caro Poeta

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  9. e que a luz dos relâmpagos seja apenas luz

    e que predomine o azul

    sempre

    beij

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  10. Mar Arável, um poema magnifico que poderá ser interpretado de diversas maneiras. Metafóricamente falando, claro! Esperemos que o vento abrande...apesar de estarmos no outono. Magnifico
    Beijos amigos.

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  11. Minha primeira vez aqui.
    Primeira como tem de ser porque me emocionei com o seu vento, seus pássaros e utopias em movimento.

    beijo

    Lelena

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  12. Tormentas en el corazón, después de eso el SOL.
    Un abrazo grande.
    mar

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  13. Ah como seria bom se soubêssemos de todas as vésperas!!!

    Beijos,

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  14. Imensamente maravilhoso! As imagens são ótimas!
    Um beijo.

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  15. " Na véspera dos relâmpagos"
    as ásvores permanecem nuas
    as sementes não germinam
    e as flores tardam em colorir
    planícies, outeiros e colinas

    Exautos, confusos e desanimados
    nem as utopias
    nos animam

    É que estamos tão frágeis
    e tão leves
    que
    até um pequeno sopro de vento
    nos pode derrubar

    Saudades

    princesa

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  16. A sua poesia tem o dom de serenar tristezas.
    Obrigada Filipe

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  17. Hoje senti-me mar...
    Graças a ti
    me senti assim!


    (isso dá força
    para multiplicar azuis)

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  18. Um poema de esperança, de força e coragem.

    Lindo, como sempre.

    Beijos

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  19. Ser uma gota desse mar, ou uma asa solta no vento. Ser, e fazer com que isso não perca o sentido.

    É sempre com admiração que o leio!

    Um abraço

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  20. Na véspera dos relâmpagos, ventos sopram, vergam os banbuzais, mas não os quebram...Lição verdejante para outros dias azuis...

    Sempre bom aparecer por aqui.
    Beijos.

    Genny

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  21. Nesse dia inventaremos em nós toda a força que a poesia nos pode transmitir...

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  22. Que a insistência das utopias sejam as urgências nossas de cada dia!

    Beijo!

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  23. dizem que as árvores morrem de pé
    essa és tu que a seguras
    no soprar do vento

    beijo

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  24. Presos a um sopro de vento que nos levará mar fora, sem relampagos em busca da claridade.
    Belo poema. Gostei.

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