Inesperadamente desenhei uma flor
soltei-lhe as pétalas
cadenciadas
silvestres
musicais
neste chão de marés
Foi preciso agarrar o vento
pelas tranças
esculpir um grão de areia
para a vida despontar num sopro
e a luz de corpo inteiro
se libertar pelas fissuras da pedra
Inesperadamente
antes da chegada dos belos relâmpagos
desenhei uma flor encarnada
que se desfolhou
para resgatar memórias
e outros silêncios
Foi preciso calar os cães
convocar os pássaros
surpreender-me com a evidência
e construir de novo
verdades improváveis
"agarrar o vento pelas tranças" é uma imagem bonito. Quando o conseguimos fazer conseguimos quase tudo...
ResponderEliminarBeijo.
Um poema belíssimo, onde o resgate é possível. Um abraço, Yayá.
ResponderEliminarSe falarmos alguma coisa estraga o momento. perfeito.
ResponderEliminar5 bjs
(eu gosto muito da transitoriedade da vida, sabe?
ResponderEliminare fiquei daqui imaginando as flores desenhadas, saltando do papel que as prendiam, ganhando vida, enchendo o ar de perfume, cores enfeitando a vida, e enfeitando de novo a verdade, que se pensou improvável!
lindo, lindo!)
admirável o que se lê neste mar arável.
ResponderEliminar"surpreender-me com a evidência
ResponderEliminare construir de novo
verdades improváveis"
Caro Eufrázio
Vejo neste excerto uma verdade adequada aos tempos presentes. Sim há verdades que "já" julgávamos improváveis, que vamos ter que construir de novo.
Abraço
Quando se desenha uma flor cumpre-se o amor. :)
ResponderEliminar"Foi preciso calar os cães
ResponderEliminare convocar os pássaros"
para que a caravana passe
"Foi preciso agarrar o vento pelas tranças"
para que não leve tudo desvairado
para que a nossa terra em desalinho
salte o muro
fique de esperanças
passe pelas agonias naturais
e seja capaz de parir futuro
Há quem não saiba como se desenha uma flor. Ou como se agarra o vento pelas tranças. E há quem não chega a conhecer as verdades mais improváveis.
ResponderEliminarMas esses nunca respiraram o encanto dos poemas.
[Verdadeiramente encantador.]
Um abraço, Eufrázio
Tanto!
ResponderEliminarAinda assim,
para construir de novo
verdades improváveis
Viajei nas belas imagens.
Belo, Mar!
Abraço daqui de Mar
de Marlene
Cada vez mais fazem falta as flores encarnadas!
ResponderEliminarAbraço
Temos obrigação de construirmos a nossa verdade... mesmo que imaginária!
ResponderEliminarGostei do poema e achei a escultura, cuja fotografia apresenta, absolutamente fantástica.
ResponderEliminarOnde está colocada?
Um abraço
Querido poeta
ResponderEliminarQuem como os poetas para reconstruirem essas verdades, que estão vedadas a muitos.
Um beijo
Sonhadora
Vivamos a vida nem que seja esculpindo-a grão a grão...
ResponderEliminarVamos construir a nossa vida, mesmo sonhando...
ResponderEliminarBjs.
Que saudades que tinha de vir aqui!
ResponderEliminarBeijinho*
Sim, Eufrázio, é sempre refrescante vir por aqui e apanhar estas pétalas de uma flor encarnada para reconstruir as verdades improváveis, que nos farão agarrar o vento e voar com os pássaros...
ResponderEliminarUm hino de esperança, foi assim que li, de entre muitas outras leituras que poderiam ser feitas. Daí a riqueza deste poema, que pode muito bem ser um novo "poemarma", num caminhar de vida por um amor maior...
Sim, porque é urgente que o poema volte a ter o seu papel:
"que se levante e faça o pino em cada praça"...
Muito bom.
Deixo beijos
Leio este poema como um repto encantatório à construção. E espero bem que assim seja. Já basta de destruição por via de mentiras mais que prováveis.
ResponderEliminarUm abraço.
não se devem soltar as pétalas mesmo que seja num poema.
ResponderEliminargostei muito.
um bom domingo!
beij
não tenho tido possibilidade de passar pelos blogs de minha eleição, mas é com prazer que volto hoje a ler a sua poesia, sempre magnífica.
ResponderEliminara imagem é uma escolha excelente!
e, sim, como precisamos de abrir pétalas, convocar os pássaros e reconstruir os tempos.
excelente poema, abraços.
...imagem bela, real no seu infinito!
ResponderEliminarÉ esperançosa e bela a ideia de construir "verdades improváveis", certamente o gérmen necessário ao empenho na sua concretização.
ResponderEliminarUm abraço.
Vi o tempo todo que andámos... até chegar àqueles novos seres que se indignam.
ResponderEliminarSomos semente, somos cimento das verdades.
Abç
Essa flor cada vez é mais precisa.
ResponderEliminarConvocaste os pássaros, aqui estou!
beijinhos
Intenso e forte."Pelo sonho é que vamos"...Poeta.
ResponderEliminarabraço,
Véu de Maya
Não só a flor, você desenhou uma belíssima poesia e nos chamou apara contemplar. Beijo
ResponderEliminarNa convocação dos pássaros, escrevemos. Escrevemo-nos. Porque as pétalas se querem soltas a inventar solstícios.
ResponderEliminarUm abraço fraterno, caro poeta.
é tanto, o que me apraz dizer-te.
ResponderEliminartanto que nem me atrevo.
assim comento as imagens que nas tuas palavras invento:
... e vejo-te imenso e impetuoso agarrando as tranças do vento, na obediência dos cães e no alarido da passarada, a linha vermelha da flor que nasce das tuas mãos a bordar um chão das suas pétalas.
infinitamente belo, o teu poema, Mar!
beijo meu.
Ah, como nós conseguimos ainda ir construindo verdades improváveis! De onde vem a força?
ResponderEliminarAs verdades são difíceis de construir. Mas as improváveis...
ResponderEliminarAbraço.
Querido Mar,
ResponderEliminarA ilustração é fantástica e o poema maravilhoso. Gostei imenso. Obrigada.
Beijos com carinho
Há sempre consequências para os nossos atos. Mas sejam quais forem...nunca devemos deixar de "resgatar" mmemórias.
ResponderEliminarbj
agarramos a crinas do vento e calvagamos. deixando as marcas de um tempo improvavel...
ResponderEliminar... sempre!~
abraço, meu Caro Poeta!
(a palavra é uma arma)
pode ser que o meu trabalho torne o deles mais leve hehe
ResponderEliminarAdorei o teu post
Bjinhos
paula
Poeta,
ResponderEliminarGostei imensamente deste teu poema: posso publicá-lo em meu blog, com os devidos créditos?
Pois que resgatemos as memórias, silenciadas...
ResponderEliminarLindo poema
abraço
oa.s
Que o vento nos leve aos sonhos...
ResponderEliminarBeijos
Fantástico o poema e a escultura.Parabens pelo blogue :)
ResponderEliminarsilenciosquefalam.blogspot.com
Verdades improváveis e tantas verdades!
ResponderEliminarExiste Eufrázio algo mais belo do que a verdade?
Pode chegar tarde, mas chega com as ondas do mar...
E tanto mar e tanta verdade...
Adoro a sua escrita é transparente como a verdade!
Bem haja por ter entrado na minha vida e me ter dado a conhecer a poesia da natureza humana.
Adeus meu Amor!
ResponderEliminarFui a Única que afinal conheci com todas as suas Verdades prováveis...
Adeus!