Não sei quem és
mas pelos gestos vieste por bem
rasgar o vento com as mãos
a neve dos meus cabelos
e eu cansado de florestas apócrifas
das palavras em bando
comecei a plantar árvores
vi os pássaros regressarem em acordes
à luz das noites que não dormem
Na partilha de horizontes
o amor é revolucionário
voa ousa nos mastros mais altos
garatuja búzios de sons
intervem por causas
muito para lá das utopias
e se levanta resiste
ao pôr do sol
mesmo que os barcos entristecidos
estilhacem nos espelhos da água
algumas pedras com vida por dentro
Registo por um instante
o ar que nos move
pinto com a boca
uma flor vermelha
nas paredes do cais
Que essa flor vermelha nunca seque!
ResponderEliminarBeijos.
Gostei desta flôr vermelha pintada com a alma e do amor partilhado e revolucionário.
ResponderEliminarUm hino à vida e aos horizontes comuns.
Sei bem da beleza dessas partilhas e desses horizontes, é um "dejá vue" com 37 anos. :)
Saio rendida.
Beijos
Que essa flor vermelha assuma os contornos de um cravo (sim o nosso cravo) e que nunca a deixemos secar.
ResponderEliminarAbraço
Rodrigo
...cores de um desejar.
ResponderEliminarAbraço!
"O amor é revolucionário", um belo verso entre muitos outros como costumam ser os teus.
ResponderEliminarQue essa flor vermelha perdure e nos traga força a todos nós.
Beijos
Bem-hajas!
Que o poema se faça verdade.
ResponderEliminarUm abraço
Registrado está.
ResponderEliminarNum esboço na areia,
no cheiro da maresia,
na conversa do mar.
Procuro a flor vermelha.
Abraço de mar!
(do lado de cá!)
E a flor de cor vermelha, que neste contexto, só pode cheirar a cravo!!!
ResponderEliminarCom Mar Arável ... presente!
Parabéns.
Beijinho
Ana Sofia
Grande Poeta que fizeste um poema enorme.
ResponderEliminarAbraço
Se cada um pintar uma flor vermelha isto irá por um caminho diferente.
ResponderEliminarAbraço
Tento
ResponderEliminarvoar ousado nos mastros mais altos
garatujar búzios de sons
intervir por causas
muito para lá das utopias
e me levantar resistente
ao pôr do sol
Acho que hei-de conseguir
animado pela flor vermelha
que me pintas
Fazem falta flores vermelhas.
ResponderEliminarPara que o cinzento em que andamos mergulhados se vá...
Amo as flores vermelhas pintadas. Elas não murcham e nem morrem, mas são capazes de me fazer navegar por outros mundos.
ResponderEliminarcores de um amor revolucionário
ResponderEliminare por ele vamos pintar rosas no cais e nas margens
beij
Que todos nós possamos regar essa flor vermelha para que não a vejamos murchar.
ResponderEliminarBeijo e uma flor
É tempo de enchermos os cais da vida com flores vermelhas!
ResponderEliminar"Na partilha de horizontes
ResponderEliminaro amor é revolucionário".
Por causa das utopias? e da flor vermelha desenhada no cais, como um grafite?
Grata pela beleza.
Hoje
ResponderEliminarprocurei outros mares
mas naveguei no teu
Que excelente opção!
...encontrei...
verdades improváveis
o teu cão guia
flores, amanhãs e outros relâmpagos
em sombras pintados
No cais
um cravo vermelho
florescente
evocava e relembrava
abril
distante
Fiquei satisfeita
com esta visita guiada
princesa
Se começar a desbotar diga-me onde fica essa parede. Irei regá-la para que a flor vermelha nunca murche.
ResponderEliminarOntem eu estava assistindo um filme que aqui se chama "Cartas para Julieta". Começa justamente pela busca de quem presenciou o beijo do marinheiro com a enfermeira. Independente do filme, sempre foi uma cena que me fez suspirar. Um beijo que inspirou um filme e tantas outras histórias.
ResponderEliminarUm sopro de vida nas pedras e nas paredes.
ResponderEliminarUm abraço.
o voo rasante das pétalas vermelhas enchem o cais de esperança.
ResponderEliminarBelo poema
Que o amor revolucionariamente nunca se canse de vermelhar!
ResponderEliminar"Pintar com a boca
ResponderEliminaruma flor vermelha
nas paredes dos cais"
Ilusão vital de poeta numa límpida e pujante metamorfose.
Abraço
Mar Arável,
ResponderEliminarA fotografia é fantástica e simboliza perfeitamente a sua mensagem. Já conhecia esta foto.
O amor é sempre revolucionário pois é uma erupção semelhante à do vulcão.
Bj. :)
para ti
ResponderEliminarque até lavras o mar
que fácil deve ser pintar uma flor vermelha...em qualquer lugar..
Perdurarão as flores que nos cais vais pintando.
ResponderEliminarAbraço, Eufrázio.
"E a quem te adora, ò surda e silenciosa,
ResponderEliminare cega e bela e interminável rosa,
que em tempo e aroma e verso te transmutas!
Sem terra nem estrelas brilhas, presa
a meu sonho, insensível à beleza
que és e não sabes, porque não me escutas..."
Um poema só tem perfume, se diz da rosa vermelha... Ofereço-te os versos de Cecília Meireles, em agradecimento pelo perfume dos teus versos.
Beijo essa flor e os meus lábios ficam vermelhos de saudade.
ResponderEliminarLINDO!!!
beijinhos
Cor do desejo num sublime poema.
ResponderEliminar« registo por uns instantes/ o ar que nos move...», para depois a pintar nas paredes dos cais. Excelentes metáforas.
Abraço amigo.
Olá
ResponderEliminarPintemos a nossa vida(sem vida),de vermelho...
Bjs.
Boa noite
ResponderEliminarDois planos
O texto conserva o brilhantismo habitual.
Editas poesia com enorme qualidade.
A ilustração
Lembro-me de sair de um cinema para ir a outra sala para completar o visionamento do 1900.
Um filme extraordinário.
Na segunda parte, espero não estar enganado, há uma cena da festa do L'Unita.
As discussões acaloradas por causa dessa passagem do filme.
Nem imaginas!
Outra entrega iconográfica que é tratada na segunda ilustração aquando do fim da segunda Grande Guerra.
Um abraço
excelente poema e de grande actualidade. andam densas as florestas, urge o sonho, o amor, o voo de um pássaro, uma flor -
ResponderEliminarabraço!
ainda rasgaremos tanto vento com as mãos, sim
ResponderEliminare são vermelhos os cais, de partidas e chegadas
"para dormir bem chega a morte"
um abraço
manuela
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ResponderEliminarSeu poema guarda nas belas metáforas, a esperança que vibra sempre e sempre nos corações, mesmo nos momentos mais escuros...
Beijos de luz e o meu carinho!!!
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Vamos continuar a semear essas belas flores até que Portugal seja parecido a um mar de cravos e para que os passarinhos regressem ao seus ninhos...
ResponderEliminarBeijos
Um gesto que materializa as palavras.
ResponderEliminarQue interessante um comentador ter lembrado o filme 1900.
ResponderEliminarHá uma cena de tortura de um gato que ainda hoje me arrepia, o que não quer dizer que não tenha gostado imenso do filme. Marca uma época, falando de outra...
Creio que foi por essa altura que vi um outro também especial que julgo se chamava História de amor e utopia com Giancarlo Gianini e que nunca mais passou...
E tudo isto a propósito de uma flor vermelha que o nosso Mar arável pintou...
sai o verso escorrido do pensamento direitinho ao pulso...
ResponderEliminarOs "barcos entristecidos" prosseguem animados pelo fulgor de uma certa flor pintada com a boca nas paredes do cais.
ResponderEliminarUm beijo
o cais com paredes de batom, os marinheiros e suas amadas...as partidas e os poemas dobrados.Tudo isso é poesia.
ResponderEliminarTemos mais é que contar com as nossas próprias mãos
ResponderEliminare delas fazermos asas
e remos
e mastros
e com elas desenharmos todas as cores que quisermos inventar.
Só os poetas sabem como pintar flores com a boca. E desses, só alguns o fazem de forma tão sublime.
ResponderEliminarUm abraço, Eufrázio
o amor é vermelho. como seara ondulante...
ResponderEliminar... ou grito das amuradas. no corpo dos amantes.
belissimo, Poeta.
Muito bonito. Tem razão, o amor é uma imensa força motriz.
ResponderEliminarUm abraço.
estas tuas letras pintam o meu dia.
ResponderEliminargostei muito.
abraço.
As paredes do cais enchem-se de flores vermelhas pintadas nos espelhos das águas....
ResponderEliminarDa boca, todas as flores que façam os barcos querer soltar amarras.
ResponderEliminarUm abraço
É o amor que nos redime. É a poesia que nos dá força pra inventar novos mundos!
ResponderEliminarPoeta
ResponderEliminarQue essa flor vermelha perdure para além do tempo e fique eternizada neste poema.
Deixo um beijinho
Sonhadora
"Na partilha de horizontes
ResponderEliminaro amor é revolucionário"...e as flores vermelhas serão sempre armas de luta!
Bj
BShell
Há sempre um momento, na partilha de horizontes ou de palavras.
ResponderEliminarum abraço
oa.s