DELACROIX
Quando foi urgente criar um deus
as uvas ainda não estavam maduras
no corpo das videiras
Inocente subiste ao púlpito
das vinhas decepadas
improvisaste um sermão
ergueste o cálice
e a companha exausta aprendeu
que nada é perfeitamente inútil
Após as vindimas
bebemos do mesmo vinho
Foi quando enfunaste as velas
começaste a despontar relâmpagos
nos mastros mais altos
quando afloraste o chão com um beijo
partiste sem destino
por sobre as águas revolto
à pergunta de outros mares
"partiste sem destino
ResponderEliminarpor sobre as águas revolto"
Como diria meu filho: adrenalina!
Ou, como diria eu mesma: cutucar onça com vara curta.
bjs
Poeta
ResponderEliminarComo sempre belo...e como sempre naveguei no mar revolto das tuas palavras.
Um beijinho
Sonhadora
oiii
ResponderEliminaradorei o blog
to seguindo
bjo
http://rgqueen.blogspot.com/
"e a companha exausta aprendeu
ResponderEliminarque nada é perfeitamente inútil"
Caro Eufrázio
Acabo de escrever num comentário num blogue amigo, que estou revoltado, o que não é bom, porque se perde o discernimento.
Ler e tentar interpretar cada um dos teus poemas, para mim funciona como um calmante, talvez com o mesmo efeito do que beber um bom copo de tinto, que até pode ser da tua vizinha Palmela.
Abraço
Depois de ensinado ruma-se á própria vida...
ResponderEliminar"Nada é perfeitamente inútil". Pois não, Poeta.
ResponderEliminarSem destino mas com rumo certo num mar revolto.
ResponderEliminarUm abraço,
mário
O mar é uma paixão que acalento desde a infância. Ele é sonho, vida, morte, paz, amor...
ResponderEliminarBelo poema!
Bem-hajas!
Abraço fraterno
Será que um dia as uvas amadurecerão, ou será esta a nossa condição?
ResponderEliminarAbraço
Mar Arável,
ResponderEliminaré muito belo este poema. A condição de ser ... partir.
Abraço! :)
E andamos também à pergunta de outros mares...
ResponderEliminarEm mares revoltos se parte, muitas vezes sem destino. Aqui, neste mar, permanecemos ou partimos, quem sabe...
ResponderEliminarAbraço
oa.s
A chegada é tão importante como a partida, a partida é tão importante como a chegada. Da mesma forma que se brinda a chegada, é necessário saber brindar uma partida.O restante guarda-se.
ResponderEliminarUm abraço
Blue
Mar Arável,
ResponderEliminarOs seus serras da Estrela têm o poder de olhar as estrelas por isso eles são mais filósofos do que nós, de certo, e mais felizes.
Adorei o seu comentário.
Abraço!:))
Navegar é preciso,
ResponderEliminarviver não é preciso.
Navegar é absolutamente imprescindível,
tantos mares...assim, viver se torna preciso.
5 bjs das cozinheiras
OUTRO...DIONISIO.Dionísio, Diónisos ou Dioniso (do grego Διώνυσος ou Διόνυσος) era o deus grego equivalente ao deus romano Baco, das festas, do vinho, do lazer e do prazer. Filho de Zeus e da princesa Semele, foi o único deus filho de uma mortal. Beleza de texto...Magistral!
ResponderEliminarSoltando as amarras.
ResponderEliminarbj
Porque há sempre outros mares a descobrir...
ResponderEliminar:)
Beija-se a segurança do chão e parte-se para a incerteza do mar, eventualmente com esperança.
ResponderEliminarUm abraço e parabéns pela escolha da imagem que tão magnificamente conjuga as palavras.
Feliz de quem pode ir "à pergunta de outros mares".
ResponderEliminarAbraço
"...Após as vindimas
ResponderEliminarbebemos do mesmo vinho
Foi quando enfunaste as velas
começaste a despontar relâmpagos
nos mastros mais altos
quando afloraste o chão com um beijo
partiste sem destino
por sobre as águas revolto..."
... há sempre um destino, quem sabe, de reflexão!?
incrível, o teu versejar, Mar :)
beijo.
assim as Vestais antigas. que em sua intensidade cegam os poetas.
ResponderEliminare partem...
abraço, Poeta amigo.
grato pela fraterna afectividade no Relogio de Pendulo.
Agora que tudo normalizou e já não há "coelho", venho à procura do mar, deste mar por onde já passei sem saber o que dizer. Acho que pela primeira vez não digo mais nada...apenas que estou aqui e senti.
ResponderEliminarMuito bonito, como sempre.
Beijos
A necessidade de procura! A necessidade da poesia, para se aprender...
ResponderEliminarporque há mar e mar e há ir e voltar
ResponderEliminaraqui está mais um belíssimo poema
muito belo
beij
"...quando afloraste o chão com um beijo ... "
ResponderEliminaré, penso eu, Eufrázio, esta nossa capacidade de beijar o chão (pátrio), que nos impulsiona na procura de nós mesmos e de respostas - o chão que nos acolhe a queda, permite-nos também, que, e com a sua ajuda, nos reergamos.
... e nada, mas nada mesmo, é inútil. sequer morrer de pé, como as árvores que, secas, se não dão frutos, enfeitam e humanizam as paisagens.
um abraço, meu amigo, sabe da minha admiração.
Mel
os deuses são assim
ResponderEliminarou chegam cedo demais ou já partiram
há perguntas de muito mar
um abraço
Gostei muito do poema, mas devo dizer que "à pergunta de outros mares" é um verso sublime.
ResponderEliminarObrigada!
Ah, vinho danado!...
ResponderEliminar"...e a companh(I)a exausta aprendeu...)
Do alto da exaltação ao "beijo no chão", muito vinho escorre pelas encostas da garganta, até se estatelar lá no fundo. Depois, sobe por ali acima, até ao monte das ideias mais quentes e... é o diabo!...
Abraço
Por isso mesmo, " nada é perfeitamente inútil".
ResponderEliminarMuito menos os poemas belos que sabem das uvas maduras.
Um abraço, Eufrázio.
Mar revolto que nos rouba a segurança!
ResponderEliminarSomos tão errantes quanto o mar e os ventos que correm sobre estes...
ResponderEliminarPS: agradeço a sua presença no meu blogue e vim retribuir :)
Gostei muito deste espaço onde o mar é o meu elemento vital :)
Tem coment no meu blogue
Abraço
Uma busca que será sempre eterna.
ResponderEliminarbeijinhos
Li e senti, inúmeras vezes o seu poema, e não sabia o que dizer. Continuo sem saber o que dizer, de tão soberbo que é.
ResponderEliminarAcho-o emblemático (e definitivo), com tantas possibilidades.
Ritualista, denunciador, filosófico.
Definitivamente não sei o que dizer.