quinta-feira, 15 de setembro de 2011

AREIAS MOVEDIÇAS




Quando o sol projectou no chão
uma vara de sombras em movimento
para os barcos não se perderem

o natural ciclo das marés
tresmalhou a maturação dos frutos
agitou o latido dos cães
crucificou-nos a vida
mais que os sinos nos campanários
a rasgarem silêncios
e o teu corpo cansado
numa base de areias movediças
inventou uma ampulheta
para medir o tempo

e nós passámos a ser escravos

até um dia os barcos se perderem
no canto livre dos pássaros


37 comentários:

  1. Já tinha pensado usar esta imagem num texto meu, :)oh well... não sei quando foi que nos tornamos escravos do tempo, desde sempre somos escravos das Estações e da luz solar... cada vez temos mais amos... o tempo, é apenas um deles, mas implacável, porque é finito. beijo

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  2. Parto daqui
    contente
    confiante
    ciente
    de que hei-de encontrar um barco
    perdido
    num canto livre de um pássaro

    não sei se era isto o que o poeta queria que eu sentisse, mas foi este o sentimento provocado (aposto, ele irá dizer-me que não queria nada)

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  3. ROGÉRIO

    Ainda bem meu amigo

    que tens o sentido do voo
    Abraço

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  4. no tempo ou no destempo de mim
    um dia
    roubo o voo das aves
    e
    vou com o latido dos cães

    mais um poema muito bom..

    beij

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  5. "inventou uma ampulheta para medir o tempo e nós passámos a ser escravos"
    Grande verdade, meu caro.
    Abraço

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  6. Eu quero continuar a acreditar que o tempo não existe e continuar no canto livre dos pássaros...
    A passagem do tempo não me assusta....mas sim a paragem do mesmo.

    Um abraço

    Blue

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  7. Como diria meu irmão mais novo - 2012 está aí, vamos para a bagunça!
    Acho que depois de 2012 nós descubramos outra data qualquer para colocar fim em tudo. ;)

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  8. E quiçá perdendo-se tenham por fim encontrado o que procuravam.

    Um abraço.

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  9. Escravos de um tempo que tem tanto de incerto como um relógio avariado. Resta-nos o canto... livre!

    L.B.

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  10. Gostei muito.
    O tempo, sempre ele a marcar-nos e a conduzir-nos!
    Abraço. :)

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  11. Será que o tempo é mesmo essa areia movediça, no/na qual nos debatemos e somos sempre tragados por ela/ele?

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  12. E fica sempre a esperança de vivermos esse canto livre dos pássaros, que por vezes esvoaçam em alguns dos nossos dias à espera que aprendamos a voar...

    Beijos
    Branca

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  13. Necessário perder-se
    para poder se encontrar...

    Abraço, poeta!

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  14. Voemos, na palavra, naveguemos nestes mares em embarcações naufragadas mas o canto dos pássaros, esse canto onde as almas se encontram, permanecerá, para sempre em nós.

    Sempre bom ler a sua poesia.
    um abraço
    oa.s

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  15. até para sermos escravos de kronos é necessário a consciência, caso contrário apenas somos escravos da corrente que aguilhoa ...

    meu amigo, sabe de quanto gosto de o ler.

    abraço daqui
    Mel

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  16. Um dia todos se perdem no canto livre dos pássaros.

    Beijo

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  17. Escravos do tempo...sem dúvida! Mas o tempo...não tira as asas do poeta,:)Lindo.
    Abraço amigo e bom fim de semana.

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  18. "até um dia" sempre me assustou.
    o inevitável sempre me assustou.

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  19. Que a Paz e o Amor estejam sempre presente em sua vida Sinta o que você diz...
    Com carinho! Diz o que você pensa. Com esperança! Pense no que você faz.
    com fé! Faça o que você deve fazer. Com muito AMOR. Sabe..
    Eu ganho força,coragem e confiança E me sinto Feliz Através de cada mensagem que
    VOCÊ me envia Continue me abençoando com seu carinho OBRIGADA DE CORAÇÃO
    Beijinhos com muito carinho.
    Evanir

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  20. Poesia Pura! Lindíssima! Vasculhou lá no fundo! Bj

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  21. Gostei muito do seu blog...
    permita-me seguir!
    Magna Vanuza do Blog Flor de Poeta!

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  22. Escravos do tempo sim!!! Mas recuso-me a não acreditar que existe o canto livre dos pássaros. Um relógio mesmo parado consegue estar certo duas vezes no dia.
    Beijo bfs

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  23. Não nos bastava todo esse tempo que passa por nós como ainda por cima lhe inventaram uma medida para que o possamos sentir a passar mais depressa.

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  24. eu li, Mar!
    li-te milhentas vezes!
    só me ocorre deixar-te um abraço, um abraço de tanto.

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  25. Que esse dia chegue depressa!
    Muito belo, este poema de raiva e esperança!

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  26. um dia os barcos serão caravelas. na bela aventura da Vida.

    abraços, meu caro Poeta

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  27. Às vezes voar compensa.

    Um abraço, Eufrázio.

    [Belo - sempre.]

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  28. Ao invés dos barcos, cada vez mais nos tornamos reféns dos nossos medos. O tempo é um deles.

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  29. O dia há-de chegar. E nós, pássaros, cantaremos.
    Abraço amigo.

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  30. Uma escravidão da qual não nos conseguimos libertar!
    Beijito.

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  31. ...tempos de tempos, onde nos falta tempo ...para o apreender e sonhar...

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