quinta-feira, 8 de setembro de 2011

OUTRAS MARÉS





Ainda o corpo da baía
não tinha dado os últimos passos
já o rio desaguava perfumes de algas
salivas e alguns barcos inteiros

Sonâmbulas respiravam
no pulmão das marés
algumas garças conhecidas

nidificavam sonhos nos sapais

e as faluas reconstruídas
dardejavam ventos
rente aos moínhos

Ainda o corpo da baía
era de barcos e garças
já as mós de pedra
se moviam
na boca das sementes

cresciam no silêncio do pão
outras marés



29 comentários:

  1. Outras marés virão onde possam nidificar os sonhos.

    Um abraço,
    mário

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  2. Eis o doce mistério da vida, nada permanece igual, é sempre uma condição inconclusa, e em transitoriedade; os fluxos, refluxos e influxos das marés.

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  3. Um dia eu consigo... :) Por ora, a reverência ao mestre que me faz pensar, voar, navegar.

    bjs

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  4. O poeta não deixa que se perca a memória doutros tempos, doutros equilíbrios...

    Abraço

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  5. Ainda o corpo da baía
    adormecia embalado
    na música dos peixes
    e já ma nasciam no peito
    outras marés...

    Beijos

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  6. Um fim que é também recomeço.

    Beijo

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  7. Vindo do mar subi à tua escarpa, tranquilo, como o teu poema.

    abraço,

    Véu de Maya

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  8. Tudo se transforma eo amanhã será inevitavelmente diferente... ou apenas parecido!

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  9. assim se move a poesia.....em marés de espanto. e harmonia

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  10. O mar ... sempre o mar.
    É lindo o poema mas o seu último entranhou-se mais na minha memória!
    :)

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  11. O mar anda revolto...a maré já não é o que era.

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  12. Marta

    Não te iludas
    Aparece em todos os ciclos
    mesmo quando as águas te chamarem
    desgrenhadas nos teus olhos

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  13. Uma maré de amizade me levou aqui ao corpo desta baia....gostei do que li...

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  14. A mutação dos dias... Que nos traga marés auspiciosas, é o que peço.

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  15. Que essas marés nos trangam tranquilidade, que futuramente a revolta desse mar nos dê alento.
    Beijo bfs

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  16. Esta é a baía de todas as marés!As abundantes e as menos,mas o sabor...

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  17. de passos e marés algas e faluas

    crescem as metáforas e nidificam os sonhos

    um abraço

    manuela

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  18. belíssimo poema,
    sementeira líquida
    de metáforas e sentidos.

    grato pela partilha,
    filipe

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  19. Não tenho muitas palavras para a beleza das imagens poética e fotográfica.
    Há momentos incomentáveis e foi assim que o senti...

    Todo o poema é um mundo e os dois último versos podem ser tanto...

    Obrigada Eufrázio por este sentir.

    Beijos
    Branca

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  20. Estão crescendo as novas marés. No silêncio do pão e na água dos teus versos.

    Essa baía lindíssima que nome tem? Mar Arável? É o nome que lhe dou :)

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  21. Esperemos sempre a mudança da marés
    no silêncio que se aproxima de nós.

    Lindo e doce.

    Um abraço,

    Maria luísa

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  22. Já não sei como comentar isto mas tenho de lhe dizer, meu caro Eufrázio, que este é um dos seus poemas mais bonitos.

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  23. Um tela, pintura a vento e água. Gosto do moinho, no cimo do poema procurando "no silêncio do pão" outras marés.

    L.B.

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  24. E no silêncio fermentam, à espera da força das algas.


    Um abraço de admiração, enorme admiração....

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  25. As marés da vida levam-nos, vezes sem conta, a estas baias.
    Assim nós as saibamos apreciar e desfrutar de forma plena e serena, sem pressas.

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  26. palavras que contam várias marés.

    metaforas com sal.

    muito belo

    beij

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  27. Hoje

    Entrei no teu mar
    pela baía
    por ti (re)criada

    Entrei no teu mar
    pelo «Amoroso»
    por ti recuperado
    Admirei
    a tua «obra»
    Vi a «Seixalina»
    à distância...

    Entrei no teu mar
    para te contemplar
    (re)lembrar
    e sentir...

    princesa

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