Não fixes os olhos
onde desnascem pedras
e em bando se precipitam os pássaros
Vem afagar os cães
o coração dos meus barcos
deixa que abrupta a chuva caia
em desalinho rasgue neblinas
quebre silêncios
Recolhe os sons da água
e os latidos
até que se encham os cântaros
rebente de vez a indiferença
dos ranchos
vergados a decepar videiras
Deixa que tudo se mova
Vem amar esta terra
às mãos cheias
mesmo que a voz se deite em surdina
para mais tarde acordar
a partir do chão
Deixa que abrupta a chuva caia
de preferência com relâmpagos
para te incendiar a íris
o rancho se levantar
e as videiras ganharem força
Vem
antes que o Inverno acabe
Melancolicamente a chuva não vai embora.
ResponderEliminarVirão no entanto os relâmpagos e as videiras irão ganhar força!
Abraço!
Coisa mais linda seus dizeres poesia!Tocam tão fundo em mim nesse instante...poesia é assim...
ResponderEliminarAbraços
Desde que depois de acabar... volte outra vez no próximo ano..."No Problemo" ;)
ResponderEliminarBjos
e mesmo assim parece tanto tempo até à primavera. a sede dos poetas tem de ser morta a tempo, não é verdade? :) um beijinho, eufrázio.
ResponderEliminarPrecisamos de sol
ResponderEliminar[arrebatadora a corrente, o sopro imaginado na palavra... vinco, sulco, rodopio em verso]
ResponderEliminarUm abraço,
LB
Espero que ouçam esse chamado e vá antes que o inverno acabe, inverno a dois é romantico, hum .... vinho lareira, aconchego de abraço quentinho... não me chamaram, e como educada que sou,não iria sem convite,kkkk, quem sabe na primavera, rs, rs, ( riso triste).
ResponderEliminarBom fim de semana com um inverno amarosto.
Faz tanta falta "amar esta terra às mãos cheias"
ResponderEliminar"Antes que o Inverno acabe"... seria bom.
Um beijo
Antes que o inverno acabe, tece os fios da saudade em teus poemas. Parabéns.
ResponderEliminar:))
ResponderEliminarPaisagem e deslumbramento.
ResponderEliminarPoeta
ResponderEliminarEstou a teu mando
recolhendo os sons da água
e os latidos
até que se encham os cântaros
--
Irei
antes que o Inverno acabe
Meu bom amigo,
ResponderEliminarpor vezes, os terrenos estão tão doridos das águas a galope
que não permitem a sementeira
nem o cântaro dos olhos
suporta a água doce das lágrimas
é então que um sol de Inverno afaga a terra, "às mãos cheias", no ciclo ininterrupto de todas as coisas,
o oleiro gira a roda
fabrica o tempo que vem
uma cítara de barro
uma harpa
de cantar silêncios
"no coração dos barcos"
é então que tudo se suaviza
as primeiras folhas irrompem
o viço do olhos
o poeta tenta o poema
no recato dos verbos
"antes que o Inverno acabe."
Eufrázio, a sua poesia é bela, muito, muito, bela. Não me canso de lho dizer.
Bem-haja, gratidão pela partilha
Mel
Um desafio ao torpor do desânimo.
ResponderEliminarUm clamor de esperança.
Muito belo.
Abraço.
Às vezes é mesmo preciso deixar que uma tempestade nos atravesse.
ResponderEliminarPara que em nós se esgote.
Um abraço
As videiras hão-de ganhar força mesmo com chuva.
ResponderEliminarAbraço
aqui seremos, até que a videiras se façam vinho. do melhor arinto.
ResponderEliminarbelas as paisagens que teces.
apesar do inverno.
abraço, caro Amigo
grato.
Achei o convite tão irresistível que me parece impossível não brotar poesia e emoção de qualquer estado ou estação que lhe esteja a atravessar...
ResponderEliminarCaro Eufrázio;
ResponderEliminarUm poema maior. Excelente.
Gostei imenso.
Um forte abraço.
Há sempre uma espera no olhar que repousa entre a chuva que cai. Um olhar que apenas se realizará, brilhante, quando visível for a chegada de todas as sementeiras.
ResponderEliminarUm abraço grato, por mais um belo momento de poesia!
Belisimo poema. Admiravel
ResponderEliminarPassei aqui lendo o que tem pra ler. E observando o que tem para observar. E Exaltando o que tem de ser Exaltado. Estou lhe desejando um Tempo de Harmonia e de muita Inspiração. Entendo ter um blogue Agradavel, muito bom e Interessante. Eu, também tenho um. Muito Simplório por sinal. E estou lhe Convidando a Visitá-lo e, mais. Se possivel Seguirmos juntos por eles. Estarei Muito Grato esperando por Você lá.
Abraços de verdade e, fique com DEUS
*
ResponderEliminarum belo poema,
antes e depois do Inverno !
,
saudações
*
Somos o Inverno e o Verão.
ResponderEliminarOscilamos como o pêndulo de Foucault...
Mas nunca mais para de chover...
Caro amigo, boa semana.
Abraço.
Recolher os sons é quase tão difícil como incendiar a íris.
ResponderEliminarDeslumbramento de palavras do poeta... que faz parar este meu tempo, para absorver este chamamento poético.
ResponderEliminarBeijo.
Maria
O inverno volta sempre, meu amigo.
ResponderEliminar"Vem
ResponderEliminarantes que o Inverno acabe"
É lindo o seu poema, gosto muito da sua escrita. Virei mais vezes "incendiar a íris", "antes que o Inverno acabe"...
Muito obrigada pelo seu comentário na Matriz, Gisela
um poema que me deixou suspensa, nas palavras.
ResponderEliminaraté me comoveu...
vem afagar os cães e o coraçao dos meus barcos...
simplesmente talentoso.
um beij
Tanta coisa desnasce neste jardim à beira mar desterrado...
ResponderEliminarUm feliz 2011.
De como se fala de esperança pelo lado de dentro, com a poesia a chamar a coragem!Muito belo
ResponderEliminarAntes que o Inverno acabe nós estaremos aqui.
ResponderEliminarCederemos ao teu apelo e sentiremos a autenticidade dos dias, que apesar de Invernosos, ou talvez exactamente por o serem, aproximarão as pessoas da sua natureza.
Abraço
Longo e cruel este inverno em que aguardamos que as videiras se alevantem e o vinho novo nos aqueça.
ResponderEliminarMuito belo poema, como sempre.
A chuva que pedimos nos afoga.
ResponderEliminarPelo menos morremos nuntos.
Amanhã ressuscitaremos.
Abraços.
Belo poema.
ResponderEliminarA água faz muita falta.
É bom que os lençóis freáticos fiquem cheios para o der e vier no Verão.
Um abraço
deixa que a natureza te trague
ResponderEliminarBendita chuva!
ResponderEliminarbj
Meu querido Poeta
ResponderEliminarPassando para agradecer o carinho das suas palavras e a receita do chá.
Beijinho
Sonhadora
A música da chuva quebra o silêncio no coração dos barcos.
ResponderEliminarAntes que o inverno acabe alguém virá "amar esta terra às mãos cheias"... Muito belo!
Um beijo, amigo.
magnifico
ResponderEliminarBeijos
Paula
Eu direi:
ResponderEliminarantes que a minha vida acabe!
Meu amigo, peço desculpa pelo meu desabafo.
Hoje o meu post é sobre um cemitério, ia fazer uma crónica de viagem que tenho estado a preparar, mas perdi a vontade...
Não sei se poderei continuar a dar-vos boas fotografias e posts bonitos, porque:
Ando muito por baixo, não imaginas a minha vida.
HOJE o m/marido disse-me assim:
Prepara-te que um dia destes, acontece-te o mesmo que aconteceu ao C.C., limpo-te o sebo!
Achas que é fácil viver assim; é uma tortura psicológica diária.
Vivo debaixo de muitos nervos e em pânico.
Avisei-o que iria dizê-lo publicamente para que, caso algo me aconteça, saibam aquilo que ele me ameaçava.
Enfim, Amigo.
Um conselho meu: aproveita a vida junto de quem te "merece", porque este não me merece, com toda a certeza.
Beijos meus.
Belo poema.Cá estou, antes que o inverno acabe, para amar esta terra de mãos cheias, é urgente esta reconciliação com a vida e a natureza.
ResponderEliminarbjs
Que belo poema, Eufrázio!
ResponderEliminarSublime!...
Parabéns!
...
Ir
antes que o inverno acabe
com chuva
relâmpagos...
Ir
em qualquer tempo
contemplar as videiras
os pássaros
os cães
os cântaros de barro
a luz
o pôr do sol
a natureza
tão sublime como o teu poema
Ir...
princesa
Eufrázio
ResponderEliminarLindo antes e depois do Inverno.
Beijinho