Nos meus dedos as tuas mãos
são vertiginosas
capazes de criarem asas
para voarmos quase imortais
mas hoje inconciliei-me
com as tuas mãos
porque sufocaste um pássaro
ferido na voz
e desenhaste no chão
a dor que sentimos
Eu conhecia mal as tuas mãos
mas quando as vi nos meus dedos
a rebentarem em flor
perguntei-me
É preciso matar um pássaro
para nascer a primavera?
:)))
ResponderEliminarAi... Mar
ResponderEliminarArrepiei-me!...
Acertaste em cheio, lá, bem no centro do alvo, mas tenho que reconhecer a verdade:
- Sim, às vezes mata-se um pássaro para que se consiga SER a primavera eternamente!
Belissimo o teu poema, salta dele uma verdade que nem imaginas como, nem porquê, é "verdadeira"! A força das tuas palavras descreveu um sentimento arrepiante! Gostei muito deste poema. Parabéns.
Beijo
Muitos amores matam a essência do ser amado e até hoje nada melhor que teu poema eu li que expressasse essa violência de modo tão emotivo e forte.
ResponderEliminarLindo, lindo demais!
Excelente metáfora da morte e da vida.
ResponderEliminarAbraço
Que mãos!
ResponderEliminarAbraço
e da morte se faz vida...
ResponderEliminarpoema de excelência. como sempre.
admirável teu talento, Poeta!
grande abraço.
Lindo!
ResponderEliminarBeijos...
Inês.
Na vertigem das mãos cabe tanto...
ResponderEliminar[Do seu toque se morre, e do seu toque se (re)nasce]
Um abraço
- sempre -
excelente metáfora ao AMOR
ResponderEliminarno primeiro dia de Primavera de 2010
.
um beijo
Como sempre, muito bom!
ResponderEliminar...a Primavera, às vezes, chega carregada dos tormentos do Inverno, para mais tarde os desvanecer em promessas de renovação...
Um abraço :)
.
ResponderEliminarBelíssimo poema!
Um abraço.
... não é - respondeu ela tardiamente arrependida do acto selvagem e gratuito - mas como perdi o conto aos dias... julgava-me ainda no inverno.
ResponderEliminarFoi nesse dia que ele lhe ofereceu um calendário completo: com os dias, os meses e as estações.
Não foram muito felizes, não tiveram filhos nem casaram, pois nem sempre o encontro de duas almas tem um final feliz...
... mas este poema tem a musicalidade dramática das interrogações no amor. Parabéns.
Muito bonito, mesmo!
ResponderEliminarBeijinhos de admiração, amigo meu.
É uma metáfora da vida...
ResponderEliminarPor amor
também se "mata"...
para se ficar irremediavelmente
só...
beijos primaveris
A primavera renasce todos os anos.
ResponderEliminarNão precisa de sacrificar passarinho nenhum
Ela aí está em todo o seu explendor
Beijo doce para vc.
Começo a refazer o meu blog com outro nome pois o anterior perdeu-se Espero a sua visita
Outro beijo
A eterna renovação!!
ResponderEliminarum beijo
Nada é perfeito, nem mesmo o renascer da Primavera!
ResponderEliminarExcelente poema!
É sempre primavera passar aqui...
ResponderEliminarBeijinho*
alguém disse que é do caos que nasce uma flor...
ResponderEliminarvertiginosa
verdade
que increve no chão
a morte de um pássaro
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um beijo Eufrázio
Um belíssimo poema. Às vezes é preciso, sim... [renascer].
ResponderEliminarBeijo meu, Poeta.
a dor desenhada no chão tinha asas, para um dia levantar de novo voo.
ResponderEliminarmuito belo o poema!
um abraço
luísa
O sofrimento, que ensina sempre novos horizontes, que descobre outros voos. Tudo isso leio no teu poema, e ainda algo mais.
ResponderEliminarDas Primaveras que as mãos arquitectas tacteiam...
ResponderEliminarUm abraço
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ResponderEliminar...sim! Por vezes é preciso morrer, para poder nascer novamente...
Esse poema é muito, muito bonito!!!
Obrigada, pelo bom momento...
Beijos de luz e o meu carinho!
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Parabéns pela excelente construção poética:
ResponderEliminarprecisa a primavera
das mãos abertas
insurrectas
amplas
como pássaros
sigilosos
que delas possam
florir, fragílimos,
num voo desvendado.
grato por este instante intenso,
luís filipe pereira
Mar!...
ResponderEliminar... só dizer Mar lembra logo amor...
porque há tanta forma de amar...
O amor ninguém inventou...
Ele simplesmente aparece não se sabe de onde nem porquê, entra e instala-se sem pedir licença..., é muito atrevido e abusado, o Amor, só faz o que lhe apetece e não obedece a ninguém... (sorrisos)
Brincadeira minha, mas verdade incontestavel, não só minha, mas de todos..., digo eu...!?
Tu que achas Mar?!
Beijo
Impedimentos para com um pássaro é algo grave.
ResponderEliminarDelirius
ResponderEliminarAdmito que tenha razão
mas esclareço
O pássaro era um preso político
já falecido
Bjs
De como a dor pode renascer em alegria. Ou de como a alegria pode ser sufocada e feita pura dor. Mutatis mutandis,a vida.
ResponderEliminarMe perdoa Mar, jamais imaginei tal coisa! Perdoa a minha insensibilidade por não ter compreendidoo sentido da tua metáfora.
ResponderEliminarEu pressenti algo grave, por isso me arrepiei, mas nunca imaginei. Desculpa!
Beijo!
"É preciso matar um pássaro
ResponderEliminarpara nascer a primavera?"
Que lindo! E dorido!
e tantos foram mortos...
ResponderEliminar"...Eu conhecia mal as tuas mãos
ResponderEliminarmas quando as vi nos meus dedos
a rebentarem em flor
perguntei-me
É preciso matar um pássaro
para nascer a primavera?"
"... Mas pesa como um luto
Este silêncio hostil.
E fere como a raiva dum cilício
A certeza da morte
Colada ao corpo.
Que desgraça
Desconhecida,
Se a mudez ultrapassa
A nossa Vida!"
(Excerto de um poema de Miguel Torga in Orfeu Rebelde,pág.32/33)
Que aqui te deixo com um grande abraço.
Para a menina marota
ResponderEliminarPodias ser mais clara
identificando a primeira citação
da minha autoria
e a outra do Torga
Bjs