segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A CASA VAZIA

Nem as tuas ancas são como os barcos
nem eu vejo
no teu corpo
uma casa vazia

mas hoje
quando o vento nos bafejou
tão breve
reparei como o chão se desnudou
para os barcos desenharem na água
o baloiço das tuas ancas
adormecerem o perfume
em colares no teu corpo
e a luz arder a prumo
antes que a chuva se desmande
neste desassossego
de lábios e areias
Ao longe a casa vazia
com portas abertas
janelas escancaradas
para quando chegarmos
tudo fique mais azul
em cada sílaba

19 comentários:

  1. E entre o que é e o que pode ser existe um espaço ínfimo, que pode ser sonho, ou simplesmente desejo, mas pode preencher de vida e azul uma casa vazia.

    bjs

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  2. Sensualidade elegante, é como me apetece chamar a esta casa cheia de luz.

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  3. No menear da palavra a sensualidade do desenho.
    Bj

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  4. e ele perguntou-lhe:

    onde vais?

    ela: vou mergulhar no azul, para amanhecer em ondas no teu desejo!

    um beijo

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  5. ...e assim encheste de muita beleza a casa vazia

    Bem hajas, amigo.

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  6. muito belo, Poeta amigo.

    Poema de uma sensualidade vibrante...

    admirável talento. o teu

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  7. Uma casa. Um corpo.
    "reparei como o chão se desnudou
    para os barcos desenharem na água
    o baloiço das tuas ancas"
    Um poema belíssimo!
    Beijos.

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  8. ... belo poema!
    Numa casa,... um corpo (mas que corpo!!!)...e a vida será sempre azul...

    Ab. EL. -

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  9. a vida é um pouco azul quando os sonhos se parecem reais

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