Deixámos um rasto
fluorescente no escuro
para as aves se guiarem
Quase indecifráveis
marulhámos sussurros
sem preocupações de chamar
grandes nomes às coisas
No princípio éramos assim
polidos como seixos
tão perfeitos
que ainda hoje temos o rosto
esculpido na água
Com a noção clara das noites
brincávamos com as sombras
desenhávamos garatujas
em todos os mastros
soprávamos o vento
Quando demos mais um passo
para ultrapassar o tempo
obsessivos pela lonjura
recolhemos a outra dimensão
dos teus cabelos brancos
à solta
por entre os dedos
Eu quero guardar do vento
ResponderEliminaralguns cabelos brancos
que me lembrem os trigos
que colhi
e a lua que agora me adormece.
Eu quero guardar do mar
a vela que resiste.
Quero ser uma casca de noz
esculpida num seixo.
Que alguém guardará.
Inspiras-te-me :)
Obrigada.
Um abraço.
Tão bonito... é só o que consigo dizer...
ResponderEliminarBeijos
Eu seria capaz de ler mil vezes e amar todas as vezes que lesse. :)
ResponderEliminarAmei!
bjs
é tão bom deixarmos as palavras escorrerem em gestos de cumplicidade
ResponderEliminarLindo poema.
ResponderEliminarOs segredos dos dedos numa longa "viagem" a dois.
Um abraço amigo para ti poeta.
Sempre, sempre o tempo-
ResponderEliminar... quando damos mais um passo
ResponderEliminarpara ultrapassar o tempo
... verificamos a dificuldade
que o tempo nos impõe
e os homens(certa canalha)
estabelecem..............
Ab.- EL:-
Absorvo cada verso com deslumbramento!
ResponderEliminarSUBLIME!
Beijo.
E a tarde mergulhando no mar e os deuses recolhendo ao crepúsculo...
ResponderEliminarExperimente:
http://movimentodaspalavrasarmadas.blogspot.com/
hoje só sei dizer:
ResponderEliminartão belo....mas tão belo....
.
e fico nesta lonjura do perto.
beijo. muito amigo.
.piano.
A outra dimensão do Belo, a eternidade!
ResponderEliminarBeijo
tão sereno esse vento nos cabelos brancos!
ResponderEliminartão belo este rasto!
um beijo.
A qualidade poética de sempre, o bom-gosto habitual, o prazer re-encontrado de te ler.
ResponderEliminarÉ bom voltar.
O tempo. Inexorável no embranquecimento. Dos cabelos e das memórias. Poeticamente dito. E bem.
ResponderEliminaro tempo esbranquiçou o meu cabelo,
ResponderEliminardeu-me saber, saudade, deu-me ternura...
tempo que também me deu loucura
e a quem estendo os dedos para que possa tê-lo
muito bonitas as tuas palavras (é o que sinto sempre que as leio)
um beijo
luísa
Sempre muito bom.
ResponderEliminarUm prazer vir por aqui
:))
... um poema feito de intimidade, cumplicidades! Sereno!
ResponderEliminarAdorei o contraste da simbólica das imagens!
Um beijo,
Obrigado pela visita, comentário e o link no blog. Já retribuí juntando o Mar Arável no blogroll. Uma boa semana com sorrisos e ...poesia :)
ResponderEliminarO mar desdobra - também - a sua cabeleira branca e perdemo-nos na espuma.
ResponderEliminarBelo de sentir, o afecto.
Viver é isso. Onda.
Abç
e à solta, por entre os olhos, ficam estas belas palavras... obrigada e um beijo.
ResponderEliminarBelo poema. Espaço simpático. Adorei o teu comentário. Obrigado. Tudo de bom.
ResponderEliminarCalma. Tranquilidade. É o que encontro aqui.
ResponderEliminarGostei de te ler neste inclemente tempo! Beijos.
ResponderEliminaro tempo jovem passa e vem outro tempo de horizontes mais próximos do fim da viagem.
ResponderEliminaré lindo Eufrázio
ResponderEliminarlindo!
um passo só
e nos meus cabelos longos
sinto dedos esculpidos de água
______
um beijo, de algas
Excelente. Belo e profundo...
ResponderEliminarabraço,
Véu de Maya
belíssimo!!
ResponderEliminartão leve.
um beijo
grande. Poeta.
"No princípio éramos assim
ResponderEliminarpolidos como seixos
tão perfeitos
que ainda hoje temos o rosto
esculpido na água"
Só posso dizer que é muito belo.
Um abraço.
Que coisa bonita!
ResponderEliminarAbraço.
dedos entrelaçados. na lonjura dos cabelos brancos. polvilhados de vento. livre...
ResponderEliminarbelíssimo poema. delicado e terno.
forte abraço, Poeta.
Um poema que se reporta a um sentimento que " ultrapassa o próprio tempo"...
ResponderEliminarDifícil imaginar um pensamento mais belo...
Muito prazer em conhecer o seu espaço.
Muitos parabéns pelo mesmo.
Por vezes, depois de ler os teus poemas, basta só admirar-te, no silêncio do não comentário.
ResponderEliminarUm beijo meu
Minha doce Mar Arável
ResponderEliminareste é o encurtar da lonjura.
Bem-haja e até amanhã.
essa serenidade do ser na condição natural das coisas, essa leveza do tempo que flui «por entre os dedos»...
ResponderEliminarum poema de enorme beleza.
parabéns!
com as mãos se tecem e des tecem ternuras
ResponderEliminar"pintadas"
num outro poema onde mergulho inteira
e
saio
deixanto.te
.
um beijo
Já li
ResponderEliminarassimilei
à minha maneira
gostei
muito!
O sentimento
quando é puro
é
intemporal!....
Abraço
princesa
leio e
ResponderEliminarnão me apetece comentar
.
um beijo